Por Miguel Lucena, advogado e jornalista
Na noite mais esperada do cinema mundial, o Brasil fez história. Ainda Estou Aqui, dirigido por Walter Salles, conquistou o Oscar de Melhor Filme Internacional, marcando um momento decisivo para a cinematografia nacional. Mais do que uma estatueta dourada, a premiação representa o reconhecimento global da força narrativa e estética do cinema brasileiro, que há décadas constrói obras de impacto e sensibilidade.
O filme, baseado na trajetória de Eunice Paiva durante a ditadura militar, resgata uma história de luta, resistência e memória, elementos que dialogam não apenas com o Brasil, mas com sociedades que enfrentaram períodos de repressão. Com uma abordagem poética e potente, Salles nos conduz por um enredo que transcende o passado e ecoa no presente.
A vitória de Ainda Estou Aqui não se limita à celebração de um filme. Ela amplia as oportunidades para o cinema nacional, incentivando novos investimentos e atraindo olhares para produções que, até então, encontravam barreiras no mercado internacional. Em um momento em que o audiovisual brasileiro enfrenta desafios financeiros e políticos, o reconhecimento da Academia serve como um símbolo de resistência e afirmação artística.
O impacto da premiação também se reflete no público. A conquista reacende o interesse por narrativas nacionais e reforça a importância de contar histórias que dialogam com nossa identidade. Se por muito tempo o cinema brasileiro lutou para ocupar espaço em festivais e premiações, agora ele se reafirma: ainda estamos aqui, e estamos prontos para ser ouvidos.
A estatueta não é um ponto de chegada, mas um novo começo. Ela abre portas para novas produções, para cineastas emergentes e para a consolidação do Brasil como potência cinematográfica. Em meio a desafios, a arte segue viva, provando que nossas histórias merecem ser contadas e reconhecidas no mundo todo.