AGU divulga falas de Bolsonaro em reunião ministerial de 22 de abril

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A Advocacia-Geral da União (AGU) enviou uma manifestação ao Supremo Tribunal Federal (STF) opinando a favor da divulgação de todas as falas do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) na reunião ministerial do último dia 22 de abril. Na manifestação da AGU, constam trechos da fala de Bolsonaro, como:
“Já tentei trocar gente da segurança nossa no Rio de Janeiro e não consegui. Isso acabou. Eu não vou esperar f. [palavrão] minha família toda de sacanagem, ou amigo meu, porque eu não posso trocar alguém da segurança na ponta da linha que pertence à estrutura.”

“Vai trocar; se não puder trocar, troca o chefe dele. Não pode trocar o chefe, troca o ministro. E ponto final, não estamos aqui para brincadeira.”

Ontem, a defesa do ex-ministro da Justiça Sergio Moro enviou ao Supremo Tribunal Federal um documento reiterando o pedido de divulgação integral do conteúdo da polêmica reunião ministerial, que provaria, segundo o ex-ministro, interferência na Superintendência da Polícia Federal do Rio de Janeiro.

O ministro Celso de Mello, do Supremo Tribunal Federal, determinou, na última terça (12), que o procurador-geral da República, o advogado-geral da União e os advogados de Moro se manifestem, em 48 horas, sobre o levantamento, total ou parcial que ainda incide sobre o registro audiovisual da reunião ministerial de abril.  Segundo Moro, há clara ausência de qualquer assunto pertinente a segredo de Estado ou que possa gerar incidente diplomático, muito menos colocar em risco a segurança nacional.

O vídeo foi exibido no Instituto Nacional de Criminalística da PF, em Brasília, para a Procuradoria-Geral da República (PGR),a PF, a AGU e a defesa de Moro.

Na manifestação de hoje, a AGU faz ressalva para que sejam excluídas as manifestações do presidente sobre outros países e as falas dos demais participantes da reunião.

Em live na noite desta quinta-feira (14), o presidente disse que quem espera que o vídeo da reunião ministerial de 22 de abril seja um “xeque-mate” vai “cair do cavalo”. O presidente defendeu a divulgação de trechos da gravação, mas afirmou que a divulgação na íntegra poderia colocar em risco o país e as relações com parceiros comerciais.

Bolsonaro disse contar com a sensibilidade do relator do caso, ministro Celso de Mello, para evitar “liberar tudo”.

Defesa de Moro critica

A defesa do ex-ministro afirmou que a AGU teve acesso à íntegra do vídeo referente à reunião ministerial.

“Sergio Moro e seus advogados foram surpreendidos com a petição da AGU, em favor do presidente da República, no inquérito junto ao STF.  A transcrição parcial revela disparidade de armas, pois demonstra que a AGU tem acesso ao vídeo, enquanto a defesa de Sergio Moro não tem. A petição contém transcrições literais de trechos das declarações do Presidente, mas com omissão do contexto e de trechos relevantes para a adequada compreensão do que ocorreu na reunião – inclusive, na parte da ‘segurança do RJ’, do trecho imediatamente precedente”, dizem os advogados.

A defesa de Sergio Moro ressalta a “necessidade urgente da liberação do vídeo na íntegra”.

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