Advogados de Bolsonaro criticam foco exclusivo da investigação sobre joias sauditas e citam caso semelhante envolvendo Lula
Os advogados do ex-presidente Jair Bolsonaro criticam a investigação sobre o caso das joias sauditas, revelado pelo Estadão, alegando que o foco é apenas no governo Bolsonaro, ignorando situações semelhantes em administrações anteriores.
Em nota oficial sobre o indiciamento de Bolsonaro, a defesa afirma que há uma “situação absolutamente análoga” em relação ao recebimento de presentes de autoridades estrangeiras, citando um episódio envolvendo o presidente Luiz Inácio Lula da Silva. A declaração, assinada pelos advogados Paulo Amador da Cunha Bueno e Daniel Bettamio Tesser, denuncia o indiciamento de Bolsonaro por associação criminosa, peculato e lavagem de dinheiro.
A Polícia Federal considera que Bolsonaro e seus aliados operaram um esquema de venda de presentes recebidos durante seu mandato. A tentativa de envolver Lula no inquérito da Operação Lucas 12:2 refere-se a um relógio de luxo recebido pelo presidente Lula do ex-presidente francês Jacques Chirac, em 2005.
Em maio passado, a área técnica do Tribunal de Contas da União (TCU) permitiu que Lula ficasse com o relógio, avaliado em R$ 60 mil, enquanto o ministro Alexandre de Moraes arquivou uma representação semelhante contra Lula em novembro de 2023. Os advogados de Bolsonaro protestam contra a diferença de tratamento, destacando que todos os presidentes anteriores tiveram presentes analisados pelo Gabinete Adjunto de Documentação Histórica (GADH).
A defesa também argumenta que a investigação deveria ser conduzida pela Justiça Federal em Guarulhos, não pelo STF, e manifestou indignação com o relatório da Polícia Federal que inicialmente estimou os valores das joias em R$ 25 milhões, corrigidos depois para R$ 6 milhões.