Em entrevista coletiva no começo da tarde desta quarta-feira (18), o advogado Paulo Emílio Cattapreta de Fabrício Queiroz, afirmou que seu cliente sofreu ameaça de morte.
Segundo ele, as filhas de Queiroz entraram em contato para contratá-lo, há duas semanas.
Em princípio, após o ciência dos autos, Cattapreta afirmou que pedirá a transferência do seu cliente para um batalhão da Polícia Militar do Rio de Janeiro, uma vez que se trata de de PM reformado.
O advogado em entrevista à revista Época, informou que há 15 dias é defensor de Queiroz. E até fevereiro, foi advogado do ex-capitao do Bope, Adriano Nóbrega, acusado de ser líder do grupo miliciano Escritório do Crime.
É sabido que Nobrega tinha vínculo de amizade com Queiroz desde os anos 2000, quando estiveram juntos no 18º Batalhão da Polícia Militar do Rio de Janeiro. Nóbrega foi morto, em fevereiro, durante tentativa de capturá-lo na Bahia
Catta Preta disse não saber porque Queiroz estava no sítio de Frederick Wassef, advogado do senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ). E que teria conversado com Wasseff apenas uma vez por telefone. A defesa de Adriano pode ter sido um dos motivos para que a família de Queiroz tenha procurado seus serviços.
Rigorosamente, primeiro ato mesmo, a partir de hoje. Mas eu já estou sendo procurado pela família há alguns dias, cerca de uns 15 dias no sentido de eu advogar para ele nessa questão da Alerj. Ele estava sem advogado porque o defensor tinha renunciado já há algum tempo. Eles me perguntaram se eu podia advogar, falei que sim, pedi para estudar os autos e prosseguimos.
O senhor atendia o ex-capitão do Bope Adriano Nóbrega, acusado de integrar o grupo miliciano Escritório do Crime, até fevereiro (quando ele foi morto). A família de Queiroz o procurou por essa relação com Adriano?
Não fui informado sobre isso, mas posso supor que por eles terem visto a minha atuação no caso do Adriano, eles eram amigos, talvez isso tenha sido um dos motivos de eles terem me procurado. Mas não me foi dito isso.
Quem da família o procurou?
Fui procurado pelas filhas inicialmente. Depois, falei com ele ao telefone. Não estive com ele ainda até porque achei que tinha tempo para estudar o processo e, enfim, acho que a medida de hoje abrevia o meu tempo. Fui procurado em Brasília.
Um dos motivos para a prisão do Queiroz e de sua mulher Márcia é justamente o fato de ele estar na casa do Frederick Wassef, advogado do Flávio. Por qual razão ele estava lá?
Não sei te dizer. Você está me informando que esse é um dos motivos da prisão. Eu nem sabia disso.
Mas o senhor tinha conhecimento? As filhas não contaram isso para o senhor?
Não tinha conhecimento. Elas não falaram onde ele estava e eu também não perguntei. Foi uma conversa inicial de tentar procurar um advogado, basicamente contar o caso e dizer o que é que teme e vai querer essa defesa. Não cheguei a perguntar isso (onde ele estava) e eles (família) também não me falaram.
Como o senhor falou com Queiroz?
Ele me ligou de um número do Rio. Uma vez. Hoje não. Foi na semana passada.
Sobre o que vocês conversaram?
Perguntei como estava a saúde. Uma das coisas que eu sabia era que ele tinha se operado de câncer, enfim, ele me disse que estava bem combalido e estava sob tratamento. Isso certamente vai ensejar um pedido de libertação que nós vamos fazer. Mas não perguntei onde ele estava, não me pareceu necessário.
A situação dele fica mais complicada uma vez que foi encontrado no imóvel do advogado do Flávio?
Por ora não tenho como passar nenhuma opinião porque opinião profissional a gente só forma depois de ler todos os elementos, principalmente, os que ensejaram a prisão. Mas, enfim, coisas que já me parecem evidentes é que ele não era procurado pela Justiça. Pelo que eu sei, ele já tinha prestado esclarecimentos por escrito ao MP, li na mídia. Estava disponível, bastava uma intimação. Se a ideia era levá-lo para um depoimento aí que a prisão não se justifica mesmo porque a condução coercitiva de quem é investigado pode ser feita. Muito menos uma prisão que seja para ouvi-lo. Tem que se considerar a questão do tratamento dele, da saúde. Sabe? Agravada pelo risco da Covid-19.
O senhor acha que isso complica o caso?
Eu teria cautela antes de concluir. Preciso saber o motivo dele estar lá para poder efetivamente formar um juízo sobre essas questões. Não tenho nenhuma informação sobre isso.
E a Márcia, mulher do Queiroz, vai ficar foragida? O senhor teve contato com ela?
É, eu não tenho contato com ela. Não tenho como dizer qual é a situação dela. Preciso ter a decisão para saber o que ensejou e aí tentar contato com ela.
Então o senhor ainda não sabe os detalhes dos autos?
Eu ainda preciso me aprofundar. Obviamente todo mundo conhece no Brasil o caso de mídia, mas não conheço os autos. Hoje minha missão é pegar cópia do processo inteiro e principalmente dessa decisão que decretou a prisão dele para que a gente possa adotar as medidas necessárias.