Abertura da Mostra de tecnologia Brasília + TI destaca potencial econômico do setor

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Em abertura da mostra de tecnologia Brasília + TI, na manhã desta terça-feira (5) no auditório da Câmara Legislativa do Distrito Federal, o presidente da Casa, deputado Joe Valle (PDT), defendeu uma mudança de modelo: “precisamos sair do círculo vicioso de crise para o círculo virtuoso da rede colaborativa”.

A realização da mostra na CLDF é uma demonstração do diálogo que a Casa deseja construir com o setor de TI, que é uma alternativa para a economia do DF, segundo o presidente do Sindicato das Indústrias da Informação do DF (Sinfor/DF), Ricardo Caldas. “Temos meio ambiente favorável e mão de obra qualificada, mas precisamos de incentivos fiscais, creditícios e econômicos para mantermos nossas empresas”, alegou. A proposta da coordenadora da mostra, Aline D’Alessandro, é inserir o evento no calendário anual, até mesmo para mostrar os avanços e os resultados no setor.

O mérito do evento é “reunir a sociedade civil de TI”, na opinião do presidente da Câmara Temática de TI da Fecomércio/DF, Marco Tulio Chaparro. Além de Chaparro, diversos representantes de entidades do setor participaram da solenidade de abertura e defenderam incentivos fiscais e políticas de inovação, bem como apoiaram a presença do setor empresarial e produtivo na CLDF.

Parque Tecnológico – Em audiência pública realizada logo após a solenidade de abertura, participantes da mostra debateram sobre as prioridades do setor de Tecnologia da Informação e Comunicação (TIC). Um dos temas polêmicos foi a lei que criou o Parque Tecnológico BioTIC. Sancionada em janeiro deste ano pelo governador Rodrigo Rollemberg, a medida alterou a legislação de 2002 que havia criado o Parque Tecnológico Capital Digital, destinando área de 1,2 milhão de metros quadrados localizada entre a Granja do Torto e o Parque Nacional de Brasília exclusivamente para empresas de TI. O diretor da empresa SDC Tecnologia e Informação, Renato Riella, disse que o governador “roubou a área destinada ao Capital Digital e a licença ambiental obtida em 2006; queremos resgatar o parque para o setor de TI”.

Para o coordenador de Tecnologia do Uniceub, Paulo Foina, a criação do BioTIC “mostra que o GDF não entende nada de tecnologia”, uma vez que desmerece as áreas de TI em detrimento da biociência. Em defesa do governo, o secretário-adjunto de Ciência, Tecnologia e Inovação, Thiago Coelho alegou que ao designar o BioTIC o governo apenas apontou que esta seria a vocação do local, mas sem excluir as demais áreas. Coelho convidou os participantes da mostra para visitar o local e anunciou a entrega do BioTIC para abril do próximo ano.

O mediador da audiência, deputado Joe Valle, disse que na condição de chefe do Legislativo local, aceita o convite do subsecretário, embora o governador não tenha aceitado participar da abertura da mostra hoje. “Para que haja resultados, precisamos fazer a coisa andar”, afirmou, ao acrescentar: “o nosso gesto é no sentido de buscar o consenso e a conciliação”.

Startup – O presidente da Associação das Startups de Empreendedores Digitais do Brasil (ASTEPS), Hugo Giallanza, defendeu o incentivo ao setor por meio de políticas inovadoras que permitam às empresas se desenvolverem ao invés de sairem de Brasília. Ele citou exemplos da Itália e da Índia, entre outros países, que desburocratizaram e simplificaram a criação de empresas de startups exclusivamente online, sem cartórios. Mencionou também os casos de Portugal e Estônia que criaram o cidadão digital, em que empreendedores de startups recebem cidadania nesses países.

Nesse sentido, o secretário-adjunto de Trabalho, Thiago Jarjour, disse que é necessário um ecossistema favorável às empresas de startups para mantê-las em Brasília e evitar o que ocorreu com a Zeropaper, startup criada por alunos da Universidade de Brasília que tentou se instalar no DF, mas migrou para São Paulo e acabou vendendo a empresa para um grupo de investidores da Califórnia. Em contraponto, Jarjour citou que a realização da Campus Party em junho deste ano em Brasília demonstrou a “pujança” que o setor de TI pode alcançar. O evento superou as expectativas pois teve cinco mil inscritos e setenta mil visitantes, lembrou. Jarjour citou ainda os casos de sucesso que surgiram na Campus, como a impressora 3D para membros amputados, a instalação meteorológica proposta por alunos de escola técnica do DF e o programa Operação Sonho de Valsa, que fiscaliza o uso de verbas púbicas. “A Campus Party mostrou que tudo isso estava aqui no DF e ninguém sabia”, afirmou.

Estado, sociedade civil, setor privado e academia precisam se unir para superar desafios como a desconfiança que um setor tem do outro, na análise do coordenador de Desenvolvimento da Inovação da Universidade Católica de Brasília, Alexandre Kieling. Ele argumentou que diversos diagnósticos da situação foram feitos pela audiência pública, o que falta agora é tornar os quatro setores interdependentes.

Programação – A mostra prossegue com palestras sobre os desafios da modernização da legislação, hoje à tarde, e sobre inovação e o futuro das profissões, amanhã (6) pela manhã, entre outros temas. O evento é gratuito e os encontros acontecem nas salas de reuniões das comissões da Casa até quinta-feira.

Acesso à programação completa http://www.brasiliamaisti.com.br/programacao/

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