A urgência de uma política voltada para o bem público e o combate à corrupção
Por Aderval Andrade
No atual cenário político, é evidente a forma desonesta e conivente com a qual aspirantes ao poder, bem como aqueles que buscam se manter nele, impõem suas ideias e programas. O desmantelamento da máquina pública tem sido uma realidade, distanciando a verdadeira política de sua finalidade primordial: o zelo pela coisa pública. Infelizmente, o que se observa diariamente em nosso país são escandalosos casos de corrupção, alimentados pela ganância pelo poder. O interesse em conquistar e manter o poder pelo poder se sobrepõe aos direitos e conquistas adquiridos ao longo de décadas. Isso resulta em um verdadeiro retrocesso social, caracterizando um atentado violento contra a população.
A violência política se manifesta nas disputas partidárias no Congresso Nacional e na distribuição de recursos a entidades inidôneas. Fica claro que ainda existem negociações que vão contra o interesse nacional, com parlamentares votando de acordo com seus interesses pessoais ou partidários. É importante ressaltar que a violência política atinge principalmente a classe mais pobre. Além de lesar o erário público, ela reduz os investimentos básicos e aumenta significativamente o desemprego. Enquanto deveriam estar elaborando leis necessárias para o país, os parlamentares insistem em discutir temas de pouca relevância, sempre favorecendo as grandes empresas.
Ano após ano, o debate se repete, sem abordar questões relevantes para a sociedade. As leis, especialmente no âmbito penal, são elaboradas de forma impulsiva e emocional, resultando em falta de eficácia e efetividade, deixando lacunas. O ponto crucial que caracteriza a violência política é o excesso. Com uma falta de uma agenda positiva e o grande número de “pseudoassessores” mantidos pelos parlamentares, o Congresso Nacional muitas vezes parece ser uma empresa particular de cada um, cujo único objetivo é garantir um novo mandato. Muitos deles se tornam meros cabides eleitoreiros.
Diante desse panorama, não há outra forma de coibir os abusos vivenciados senão através do voto consciente. É evidente que, se o povo não buscar se unir e se organizar, estaremos regredindo aos tempos do império. Estamos trilhando esse caminho, tendo em vista a disseminação da violação dos direitos conquistados com muita luta. Para evitar o desmando com a coisa pública e garantir ao povo o mínimo dos direitos básicos e sociais previstos em nossa Constituição, é necessário estabelecer metas e combater a violência política que é imposta de forma velada a todos.
Portanto, é fundamental realizar um trabalho de base, com a formação de novas lideranças políticas e representantes, buscando evitar vícios e o desejo insano de se perpetuar no poder. É imprescindível promover mudanças para reverter essa situação e reconstruir a política em prol do bem comum e da sociedade como um todo.
Por Aderval Andrade