A vara envergou e quebrou desta vez

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Maurício Nogueira

Durante anos, circulava uma máxima nos corredores do Senado de que o senador Renan Calheiros (MDB-AL) seria como se fosse uma vara. Sempre envergava e nunca quebrava.

A vara quebrou. Ao se ver encurralado pela possibilidade de derrota, no meio da segunda votação realizada no plenário do Senado, neste sábado (2), não restou outra alternativa ao “ex -inquebrável” Renan; retirar a candidatura do pleito.

Inacreditável para alguns que convivem com os bastidores da Câmara Alta. Renan preferiu sair da corrida do que amargar uma derrota. Apesar de alegar que o empecilho seria o próprio em relação à legitimidade da votação, entre outros argumentos, no frigir dos ovos o que se viu nos olhos do senador de Alagoas foi o temor de sair pior do que entrou no plenário.

O senador Davi Alcolumbre (DEM-AP), neste momento, é franco favorito para vencer a eleição. Aqueles cinquenta votos favoráveis à realização do voto aberto na sexta-feria (1) à noite indicou para muitos observadores políticos e jornalistas que cobrem o Congresso Nacional que a vaca do Renan estava a caminho de um profundo brejo.

A sessão ainda continua, os parlamentares continuam a depositar as cédulas na urna. Desta vez com o olhar mais acurado dos escrutinadores à Mesa Diretora.

Mesmo, antes do final da apuração, um fato histórico se verifica. A derrota moral de um senador acostumado a comandar seus seguidores e não ser conduzido. Renan não suportou a pressão, quem diria, e abandonou o plenário assim que retirou a candidatura. Mudança de ares profundos no Senado Federal.

Louros reconhecidos

Em contrapartida, a cena de Randolfe Rodrigues (REDE-AP), que é pernambucano de Garanhuns, recebendo os cumprimentos durante a “votação aberta” — porque muitos declararam o seu voto, mas não foi uma unanimidade — foi bastante significativa. Icônica, pois foi ele um dos precursores a requerer votação para definir se o voto seria aberto ou fechado.

O senador o Amapá sai das eleições para presidente do Senado mais forte do que entrou.

A informações nos bastidores de que o governo federal não interferiria no pleito tanto do Senado, quanto da Câmara. Depois o deputado Onyx Lorenzoni (DEM-RS) divulgou para todas as mídias existentes, peremptoriamente, que não haveria a menor chance de o Palácio do Planalto tentar influenciar em ambas eleições. A se confirmar a vitória de Alcolumbre, a dúvida continuará. Ou será que é mais um caso de se estar no lugar certo e na hora certa.

A questão que não quer ser esquecida. Os senadores terão coragem de continuar a desrespeitar o Supremo Tribunal Federal (STF) e lutar pelo voto aberto?

 

 

 

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