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Por Miguel Lucena
Discursos bonitos enchem livros, palanques e redes sociais. Palavras de ordem, frases de efeito e promessas bem articuladas seduzem os incautos. Mas, na hora da verdade, quando a sobrevivência está em jogo, a prática mostra quem realmente somos.
Imagine uma fila de famintos esperando comida. Se faltar, a fome falará mais alto do que qualquer discurso sobre justiça e igualdade. Na disputa pelo prato de comida, a teoria desmorona, e a natureza humana se revela. No poder, não é muito diferente.
Meu amigo, um homem de 72 anos, experiente e competente, foi exonerado da EBC por gestores que se dizem progressistas e defensores dos direitos humanos. No discurso, pregam inclusão; na prática, descartam sem piedade. Um ano de desemprego e nenhuma mão estendida – nem mesmo de velhos camaradas.
A verdade não está no que se diz, mas no que se faz. Entre palavras e ações, é a prática que revela o caráter. A selva, afinal, não escolhe lado.
