A periferia tem voz no centro legislativo da capital com Max Maciel

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Eleito para o mandato na Câmara Legislativa, o deputado Max Maciel conversa sobre experiências, analisa dificuldades nas comunidades, orçamento público, planos futuros e eleições presidenciais

 

 

Eleito como deputado distrital para o pleito de 2023 a 2026, Max Maciel em entrevista a Tudo OK Notícias, declara que coleciona 20 anos de vivência em diversos movimentos sociais –  com o foco na juventude para mudar a realidade no futuro ou apresentar oportunidades para transformar vidas.

Morador de Ceilândia – pedagogo de formação, Max tem especialização em gestão de políticas públicas e reconhece: “A pandemia pegou todos de surpresa, pensei que em poucos dias aquilo se resolveria. Nós fomos obrigados a fazer algo que não tínhamos feito, que é a atenção à base de atendimento. Acredito na autonomia das pessoas, que elas tenham recursos”, declarou ele nesta segunda, 10.

 

No decorrer da pandemia, o candidato observou uma carência dentro da comunidade, mas que fora, a situação estava mais precária. Buscando frear a situação, criou o primeiro fundo de apoio às culturas para auxiliar os profissionais da graxa, técnicos de som, artistas que não tinham renda e depois criou o fundo de acolhimento às periferias. “Unindo as duas ações foi possível subsidiar o vale gás, kit higiene, kit hortifruti e cesta básica. As ações vieram para se adaptar às necessidades de cada família, propiciando dignidade” conclui Max.

 

Outra ação durante a doença foi auxiliar as famílias para que elas tivessem acesso aos seus benefícios previstos. Dentre as atividades, Max esclarece: “O atendimento do Cras era online, e nós disponibilizamos um computador às famílias, além de fazer visitas para levantamento de cadastros e ajudar as pessoas a usufruírem de seus direitos. O trabalho assegurou a reorganização diante a situação.” Para as famílias que não conseguiram se recompor, foram encaminhadas para outras entidades que pudessem dar atenção necessária.

Durante o mandato, o deputado eleito tem como foco a gerência do orçamento da cidade, pois para ele, as ações de política pública se tornam inviáveis sem o devido controle. Com o entendimento para onde está indo o investimento e observando os gargalos, é possível descentralizar o dinheiro. “O nosso investimento está engessado, mas o GDF tem capacidade de arrecadar recursos com a articulação junto aos ministérios e queremos que isso se torne realidade” explica Max.

 

Ainda sobre o olhar no orçamento, Max Maciel afirma que “a partir dessa percepção é viável ter controle social sobre o transporte, desempenhar políticas de combate à vulnerabilidade, fome, desmilitarização das escolas, discutir a geração de emprego e renda com foco na economia criativa. Durante 20 anos acumulamos experiências que colocaremos em prática no mandato”.

 

Maciel se posiciona como um candidato da oposição e reforça o respeito às urnas. Acerca do relacionamento futuro com o governador Ibaneis ele afirma que se as propostas venham para melhorar e dar atenção ao povo, será jogado abertamente consultando a população. E acrescenta: “Caso não seja em prol da população, não tem negociação. Pois existem diversos grupos de interesse que incidem nos governos”.

O parlamentar faz um balanço sobre a gestão de Ceilândia e visualiza que a administração pública possui a defasagem de um corpo técnico que dê resposta a sua comunidade. Ele vê que a concentração popular de Ceilândia tem a capacidade de ter o maior mercado consumidor do Centro-oeste e deter 10% do PIB do estado. O problema encontrado se dá no momento em que a gerência não tem uma equipe que atenda o volume de demandas geradas.

 

Em complemento, ele acredita que a administração trabalha dentro do seu limite, porém, não se mostrou propositiva ou aberta ao diálogo. Onde havia demanda, tentava atender. Faltava reunião com os movimentos, com a comunidade, um olhar para a cidade. Um exemplo citado por Max é a emenda para construir o centro cultural de Ceilândia e o parque do Setor O, ambos se encontram parados. Outra falta de diálogo diagnosticada foi na Hélio Prates, onde os comerciantes não sabiam da audiência pública e só souberam com os trabalhos iniciados. Por fim, declara  “A administração da cidade precisa debater com a comunidade. Aliado com profissionais competentes e consigam responder a demanda dos 400 mil habitantes.”

 

A respeito das emendas, Max Maciel garante que suas reformas legislativas não se prendem somente a Ceilândia, são para todo o Distrito Federal. Sendo assim, o representante esclarece “Temos o acúmulo de várias demandas em Ceilândia, entretanto iremos dar atenção também para a parte norte da cidade, em Planaltina e Sobradinho. As emendas farão sentido para que os recursos sejam visíveis no cotidiano”.

 

Analisando os 35 mil votos em Ceilândia e Águas Claras, Max reconhece que foi muito além da expectativa, a intenção era dobrar os 8.515 votos da candidatura em 2018. Na projeção das redes e nas ruas observaram que tinham condições de estar dentro. Sobre os esforços da candidatura ele transparece “Foi a campanha mais bem pensada que o DF viu, pensada por nós e para nós, pela juventude periférica. Antes das propostas nós rodamos diversas vezes em 15 RA’s ouvindo a necessidade da comunidade e sintetizando as reclamações recorrentes.”

Para ele, Águas Claras foi uma surpresa e alertou que a proposta faz sentido para todo o Distrito Federal. O planejamento engloba colocar a periferia no centro das decisões, avaliar o orçamento público e rever o antigo modelo de transporte público, com nova licitação para renovação de frotas. Para realizar o plano, o deputado trará dados e monitoramentos para demonstrar a possibilidade de o DF possuir passagem mais acessível e possivelmente, a tarifa zero. ”Transporte é um direito público. É preciso ter um fundo que subsidie o transporte. Isso fez sentido para as pessoas, pois conseguimos desenhar nossas propostas e mostrar que são viáveis”.

 

Na corrida de segundo turno para presidenciáveis Max se põe em apoio a Lula, mas não concorda com tudo o que ele quer fazer. Como expõe em sua visão “Estamos entre a barbárie e a civilidade. O campo de lá se quer tem projeto para discutir, estamos perdendo a direita propositiva que divergiam nos métodos e projetos e conseguia dialogar. Hoje em dia, temos uma direita que só fala Pátria, Deus e família que não diz nada para resolver problemas da saúde, emprego, renda e assistência.”

Max confia na vitória de Lula por acreditar ser o candidato que dialoga no sentido de melhorias e apresentação de projetos coesos. Ele afirma que há um desgaste muito grande da figura do segundo colocado e que só serviu para atacar no campo da moral e do conservadorismo, dialogando somente com a perspectiva do individual e não do coletivo.

 

Para finalizar, ele discursa, “Não existe a história de trabalhar só para quem me colocou aqui, é preciso dialogar com a outra parte. A democracia não é somente o voto, ela faz parte do processo de respeito à pluralidade, diversidade, singularidade, diálogo, ideias, respeito ao estado democrático e as instituições. Então vamos com Lula para o segundo turno.”

 

Com a proximidade do empossamento, Max já iniciou conversas com outros eleitos. Sendo a primeira vez que está vivenciando, já visitou a Câmara Legislativa e o gabinete. Demonstra muito orgulho em elaborar uma bancada. Diante das conversas, explica que “Quero ficar próximo do Fábio, acho que faz sentido, vamos ver se tem como escolher ou se é por meio de sorteio. Tive uma reunião com o Fábio, mas vamos continuar conversando com a bancada de esquerda com o Chico Vigilante, Gabriel Magno, Ricardo Vale, Deise Amarilho para pensarmos na composição do bloco”.

 

Fotos: Assessoria de Comunicação Max Maciel

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