Por Carlos Arouck
Além das questões centrais já discutidas no o artigo anterior, outros temas ganham destaque na luta da direita conservadora, como a crítica ao impacto econômico dos sites de apostas, a rejeição à agenda “woke” e às políticas de cotas, e a defesa da preservação da liberdade religiosa, dos valores familiares e da proteção da propriedade privada.
Um dos temas que tem ganhado atenção entre os conservadores é o crescimento das bets, os sites de apostas esportivas. A direita acredita que essas plataformas, embora legais em muitos países, trazem consequências negativas para a economia. Para os conservadores, as bets geram pobreza ao desviar dinheiro que poderia circular na produção industrial e no comércio. Eles argumentam que os recursos são retirados da economia produtiva e investidos em um setor que não gera valor real, mas apenas lucros especulativos. Além disso, essas plataformas tendem a endividar famílias, criando um ciclo vicioso de pobreza e dependência financeira.
Uma preocupação adicional é a entrada do crime organizado nas bets, principalmente através da lavagem de dinheiro. A direita alerta que essas plataformas têm sido usadas por facções criminosas para legitimar dinheiro de atividades ilícitas, como o tráfico de drogas e armas, o que fragiliza ainda mais a economia formal e incentiva a violência. Para os conservadores, a presença do crime organizado nesse setor demonstra a necessidade urgente de uma maior fiscalização e regulação do Estado para coibir práticas criminosas e proteger a integridade do sistema econômico.
Dentro do panorama social e cultural, os conservadores criticam o que consideram uma “agenda woke”, um conjunto de ideais que, na visão da direita, busca impor uma nova moralidade baseada em identitarismo e correção política. Os conservadores argumentam que essa agenda ataca valores tradicionais e promove divisões sociais ao colocar identidades de raça, gênero ou orientação sexual no centro das discussões políticas. A direita defende que todos devem ser tratados como indivíduos, e não classificados por rótulos identitários. Embora respeitem a importância da convivência pacífica e harmoniosa com as diferenças, muitos defendem que certas políticas são vistas como uma ameaça aos valores tradicionais, particularmente em relação à liberdade religiosa e a preservação da estrutura familiar.
As cotas raciais e sociais, por exemplo, são debatidas no contexto da meritocracia. A direita frequentemente argumenta que, embora bem-intencionadas, essas medidas podem ser injustas e acabar minando sistemas baseados no mérito, ao invés de verdadeira igualdade de oportunidades. Para os conservadores, as cotas violam o princípio da meritocracia, que prega que as oportunidades devem ser baseadas no mérito individual, e não em características como cor de pele ou origem social. Eles argumentam que as cotas são injustas porque desconsideram o esforço pessoal e criam uma desigualdade artificial, perpetuando divisões ao invés de promover igualdade de oportunidades reais. Na visão conservadora, uma sociedade justa é aquela em que todos têm a chance de competir em pé de igualdade, sem privilégios concedidos com base em questões raciais ou de gênero.
Outro tema vital na agenda conservadora é a proteção da propriedade privada, uma pedra angular da liberdade individual e do incentivo à prosperidade econômica. Os conservadores acreditam que proteger os direitos de uso e posse de propriedades estimula o investimento e a inovação, fundamentais para o crescimento econômico saudável.
A direita enfatizam que sua oposição a certas políticas não se traduz em preconceito. Valoriza-se a convivência harmônica com as diferenças, enquanto se defende a liberdade religiosa e a preservação da instituição familiar como pilares essenciais da sociedade.
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