Cristhiane Brasil, a filha rebelde de Roberto Jefferson, juntou-se a um grupo que se aproveitou da prisão do dirigente petebista, determinada pelo ministro Alexandre Moraes, do Supremo Tribunal Federal, para tomar-lhe o comando do Partido Trabalhista Brasileiro. Ela, entretanto, segue dizendo que seu pai e aliados, eleitos democraticamente, é que urdiram um golpe, invertendo a ordem das coisas.
A ex-deputada enxerga uma realidade paralela – em que a minoria é majoritária e a maioria, minoritária – e faz como o sujeito que provoca a vítima para que ela reaja e ele a elimine em um golpe de suposta legítima defesa.
Jefferson declarou, ao renunciar à Presidência do PTB, que a vice-presidente nacional, Graciela Nienov, está pronta para o pleno exercício da função, além de contar com o apoio de quase a totalidade do diretório e maioria quase absoluta dos presidentes regionais, à exceção de Alagoas e Mato Grosso.
A atitude de Cristhiane guarda semelhanças com o que Neuzinha Brizola fazia para desafiar a autoridade do pai, Leonel Brizola, causando-lhe constrangimentos na noite carioca.
O grupo minoritário, chamado de conspirador por Jefferson, é composto pelo ex-tesoureiro do partido Luiz Rondon, pelo deputado estadual Antônio Albuquerque (PDT-AL) e pelos deputados federais Nivaldo Albuquerque (AL), Wilson Santiago (PB), Pedro Augusto Bezerra (CE) e Emanuel Pinheiro Neto (MT), além de Cristhiane Brasil e do blogueiro Oswaldo Eustáquio. Eles se aproveitaram da prisão de Roberto Jefferson para defenestrá-lo da Presidência, sob a acusação de ataques às instituições democráticas, e anular a eleição dos demais dirigentes, acusando-os de gestão temerária. E os golpistas são os outros.