A dor de moradores da região de Brumadinho com parentes e amigos flagelados pela tragédia

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Em depoimentos emocionantes pessoas com parentes e amigos vítimas de rompimento da barragem da mineradora Vale lamentam a calamidade. “Meu sobrinho é como um filho pra mim. A gente só quer encontrar ele, seja vivo ou morto”. O relato é de João Coelho dos Santos, que completa 57 anos neste domingo mas não terá motivos para comemorar. “Eu ia pro meu rancho hoje para celebrar com minha família. Íamos todos para Rio Manso, mas agora não tem mais clima”, lamenta.

O mototáxi Luiz Custódio de Souza conhecia inúmeras pessoas que trabalhavam na Vale, informa o Estado de Minas online. Ele contou como uma vizinha, que prestava serviços nas proximidades da Pousada Nova Estância, se salvou do rompimento da mina do Feijão. “Ela me disse que escutou um grande barulho. Quando ela viu, a lama estava vindo. Daí, ela pegou a filha pelos braços e saiu correndo. A menina tem só 8 anos”, conta.

“Noite de cochilos”

Um outro mototáxi, que não quis se identificar, está com um parente e o padrinho de sua filha desaparecidos. “Minha esposa e minha menina estão em Porto Seguro de férias. Falei com minha mulher, mas ainda não tivemos coragem de falar com minha filha”, afirmou.

Segundo ele, a noite foi de cochilos. “Deitei as 23h, mas mexi pra lá e pra cá. Despertei 6h. Dormir mesmo, não deu”, prosseguiu. Ao decorrer da entrevista, o morador perguntava frequentemente por informações sobre os resgates. “Ninguém fala nada com a gente. Você tem foto aí pra me mostrar? Não fui ao local”, perguntou.

Alívio e desespero

Mauro Fonseca, de 75 anos, viveu alívio por um lado e desespero por outro. “Meus sobrinhos faziam serviços pra Vale. O Ronaldo conseguiu escapar com um caminhão. A gente conseguiu falar com ele. Só que o Rogério não. A irmã dele está desesperada. A gente liga, mas só dá caixa-postal. Ele estava no refeitório” disse. Segundo números do Corpo de Bombeiros, nove corpos já foram encontrados.

A corporação informou que o número de desaparecidos pode ultrapassar 350. Cerca de 100 militares trabalham na mina, considerando os efetivos de inteligência e busca e salvamento.

A queixa de falta de informações prestadas pela Vale quanto às vítimas da calamidade foi manifestada por diversos parentes que acompanhavam o resgate de pessoas atingidas pela lama da mineradora.

 

 

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