A decadência da Lava Jato: Políticos condenados visam retorno à vida pública

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Uma década após seu início, a Lava Jato testemunha políticos e empresários condenados traçarem estratégias para retorno à vida pública, enquanto suas condenações são anuladas e novos caminhos são pavimentados nos bastidores políticos do Brasil

 

 

Dez anos após o início da Lava Jato, a força-tarefa, outrora vista como o maior cerco à corrupção na história do país, enfrenta uma série de reveses nos tribunais superiores. Políticos e empresários condenados viram suas sentenças anuladas e já elaboram estratégias para retornar à vida pública. É o caso de figuras proeminentes como o ex-governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral (MDB), o ex-presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PRD-SP), e o ex-governador do Paraná, Beto Richa (PSDB), atualmente deputado federal. Mesmo aqueles que cumprem pena ou estão oficialmente inelegíveis continuam a influenciar o cenário político, articulando candidaturas de aliados.

 

A Lava Jato, símbolo do combate à corrupção entre políticos e empresários bilionários, resultou em 120 delações, mais de 500 denunciados, 174 condenações, e a devolução de R$ 4,3 bilhões aos cofres públicos.

 

Sérgio Cabral, ex-governador do Rio de Janeiro, aguarda em liberdade, com o uso de tornozeleira eletrônica, o desfecho de uma série de recursos em processos em que é acusado. O Tribunal Regional Federal da 2ª Região (TRF-2) anulou três de suas condenações, enquanto o juiz Eduardo Fernando Appio, de Curitiba, invalidou todas as decisões de Sérgio Moro contra Cabral na Lava Jato. Cabral, agora atuando como consultor político, planeja se lançar como candidato a deputado federal em 2026.

 

Eduardo Cunha, após a anulação de uma de suas condenações pelo STF, mantém sua influência nos bastidores da política fluminense e planeja se candidatar nas eleições de 2026.

 

José Dirceu, ex-ministro e quadro histórico do PT, teve sua pena anulada pelo STF, aproximando-se da recuperação de seus direitos políticos. Ele planeja disputar uma vaga na Câmara dos Deputados em 2026.

 

Marcelo Odebrecht, embora tenha tido seus atos na Lava Jato anulados pelo STF, não planeja retornar à carreira empresarial.

 

Alberto Youssef, figura central nas investigações, passou para o regime aberto em 2017 e tenta evitar novas prisões.

 

Beto Richa, ex-governador do Paraná, é pré-candidato à prefeitura de Curitiba, buscando um retorno ao Executivo. Apesar dos processos pendentes, reviravoltas favoráveis têm ocorrido em sua defesa.

 

André Vargas, ex-deputado federal, teve sua condenação anulada pelo STF e, embora não pretenda retornar à vida pública em 2024, participa ativamente do PT.

 

Gim Argello, ex-senador, foi absolvido das acusações da Lava Jato e planeja voltar à política em 2026.

 

Delúbio Soares e João Vaccari Neto, ambos ex-tesoureiros do PT, tiveram suas condenações anuladas pelo STJ e pelo STF, respectivamente, e estão envolvidos nos preparativos do partido para as eleições deste ano.

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