A CIDADE DESABADA

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MIGUEZIM DE PRINCESA

I
Despencou o viaduto
Da Galeria dos Estados,
O governante, assustado,
Foi coçando o cucuruto.
Alguém gritou: “Impoluto!”,
Ele ia agradecendo,
Outro gritou: “Tá fedendo!”,
E ele, alisando a aba:
– Essa cidade desaba
Porque está envelhecendo.

II
Velha é a Ponte do Rio Sena,
Que é firme e não desabou,
Desde antes de Rosseau,
Bicho da gota serena!
Pergunte ao Doutor Lucena,
Vem Rollemberg dizendo:
– Nós não estamos podendo,
Vivo no pau da goiaba,
Essa cidade desaba
Porque está envelhecendo.

III
– Não cai a ponte de Roma,
Que de anos tem dois mil -,
Exclamou Zé de Oribil,
Vendo nosso Eixão em coma.
– Eita povo que embroma,
Só conversando e metendo,
Ao invés de ir fazendo,
Fica exibindo a naba:
Essa cidade desaba
Porque está envelhecendo.

IV
– Já contam cinco mil anos
As pirâmides do Egito -,
Argumentou Cabo Brito,
Sem pensar em desenganos.
Esse governo faz planos,
Emenda o plano com adendo,
A preguiça vai batendo,
Nunca a conversa acaba:
Essa cidade desaba
Porque está envelhecendo.

V
E tome salva de vaia,
Como dizia Roriz,
Nas costas do infeliz
Que não pode com a “cangaia”,
Isto é o que o povo ensaia,
Acordando e respondendo,
Rollemberg remoendo
Na assessoria vagaba:
– Essa cidade desaba
Porque está envelhecendo.

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