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Por Miguel Lucena
A batalha para assegurar uma recomposição mínima à Polícia Civil, Corpo de Bombeiros e Polícia Militar do Distrito Federal não tem sido fácil. As intensas negociações de ontem, no Congresso Nacional, revelaram que as promessas políticas só se consolidam com a mobilização dos interessados.
Desde que a Polícia Civil do DF perdeu a paridade histórica com a Polícia Federal, durante os governos Rollemberg, no DF, e Dilma/Temer, na União, sentimo-nos ladeira abaixo, com perdas acumuladas de 50%, padrão de vida rebaixado e exigências cada vez maiores de produtividade, como paradoxo.
O governador Ibaneis Rocha tentou minorar a situação, conseguindo 8% no início do governo e depois tendo suas mensagens de recomposição ignoradas pelo presidente Jair Bolsonaro. O Messias teve a chance de recompor parte das perdas das forças de segurança do DF, antes as mais bem pagas do País e hoje ocupando a 21ª colocação, atrás de estados como Piauí e Goiás, mas ele perdeu muito tempo nos chistes psicológicos.
A proposta enviada em fevereiro pela governadora interina Celina Leão chegou ao Governo Federal sem que o presidente Lula soubesse do que se tratava. Nem o relator da LDO tinha conhecimento de que a recomposição seria coberta pelo Fundo Constitucional do DF e não pelos recursos diretos da União.
Por isso, a mobilização de ontem foi decisiva, com as presenças das categorias interessadas, sindicatos, associações, deputados distritais, federais e senadores, além dos governos distrital e federal. A proposta não estava redonda, tanto que uma comissão começará nesta sexta-feira a fazer os ajustes necessários para que se elaborem um PLN (ajuste na lei orçamentária) e uma Medida Provisória assegurando a recomposição de 18% em no máximo 30 dias.
Agora é ficar de olhos abertos, acompanhar atentamente os trabalhos da comissão e cobrar o cumprimento do acordo, para desfazer o feitiço que botaram em nossos ordenados.
