Apoiadores do presidente Jair Bolsonaro agrediram com chutes, murros e empurrões a equipe de profissionais do Estadão que acompanha uma manifestação pró-governo realizada neste domingo, 3, em Brasília. O fotógrafo Dida Sampaio (Foto) registrava imagens do presidente em frente a rampa do Palácio do Planalto, na Esplanada dos Ministérios, numa área restrita para a imprensa quando foi agredido. Atualizada às 19h24.
Sampaio usava uma pequena escada para fazer o registro das imagens quando foi empurrado duas vezes por manifestantes, que desferiram chutes e murros nele.
O motorista do jornal, Marcos Pereira, que apoiava a equipe de reportagem também foi agredido fisicamente com uma rasteira. Os manifestantes gritavam palavra de ordem como “fora Estadão”.
Os dois profissionais precisaram deixar o local rapidamente para uma área segura e procuraram o apoio da polícia militar. Eles deixaram o local escoltados pela PM. Os profissionais passam bem. Os repórteres Júlia Lindner e André Borges, que também acompanham a manifestação para o Estadão, foram insultados, mas sem agressões.
Além do “Estadão”, houve agressão e ofensa a equipes da “Folha de S.Paulo”, do jornal “O Globo” e do site “Poder 360”.
Nota de repúdio da FNJ
Em nota, a Federação Nacional dos Jornalistas condenou o episódio. “Repudiamos todas elas e pedimos o apoio da sociedade ao jornalismo e aos jornalistas”, diz o texto.
“Esses atos violentos são mais graves porque não há, de parte do presidente ou de autoridades do governo, qualquer condenação a eles. Pelo contrário, é o próprio presidente e seus ministros que incitam as agressões contra a imprensa e seus profissionais”, afirmou a Associação Brasileira de Imprensa em comunicado.
Milhares de pessoas se reuniram na Esplanada dos Ministérios convocadas num ato estimulado pelo presidente.
A ação ocorre após o ex-ministro Sérgio Moro prestar depoimento no inquérito aberto pelo Supremo Tribunal Federal (STF) para apurar denúncia feita por ele de que o presidente Bolsonaro utilizou o cargo para tentar ter acesso a investigações sigilosas da Polícia Federal.
Foto: Ueslei Marcelino/Reuters
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