Movida pela repercussão recente de mortes em procedimentos estéticos clandestinos, envolvendo falsos médicos, o secretário-geral da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP Nacional), Denis Calazans, fez um alerta nesta quarta, 1, sobre a questão da segurança necessária nessas intervenções. “Há muito tempo, a SBCP tem como palavra de ordem a segurança da população. É em cima disso que nós passamos a reiterar as recomendações para a realização de cirurgia plástica segura”, disse.
Até o momento, três mulheres que se submeteram a procedimentos estéticos com pessoas não qualificadas ou com uso de substâncias nocivas à saúde, como silicone industrial, morreram no mês de julho, no Rio de Janeiro: a bancária Lílian Calixto, a modelo Mayara Silva dos Santos e a professora Adriana Ferreira Pinto.
Calazans destaca que, como ocorre com qualquer intervenção médica, a cirurgia plástica precisa de medicação e de tratamento adequado e deve ser realizada “por necessidade e não por modismo”.
Denis Calazans também chama a atenção para a realização de procedimentos em locais adequados, que tenham todas as licenças sanitárias e estejam preparados para eventuais ocorrências que possam advir de um determinado tratamento médico. Esses locais devem ser hospitais e clínicas médicas devidamente preparadas para a realização desses procedimentos.
No caso de extração de uma verruga ou sinal, por exemplo, o procedimento pode ser feito no escritório do dermatologista, que possui licença sanitária para isso. No entanto, de acordo com a complexidade, os estabelecimentos recebem licenças específicas. Calazans foi categórico ao afirmar que cirurgias plásticas “jamais” podem ser realizadas em salas comerciais ou residências.
Para o secretário-geral da SBCP Nacional é importante conscientizar a população para os riscos de um procedimento com profissionais não qualificados. “É dramático e lamentável que precisem ocorrer tragédias como essas veiculadas pela imprensa nos últimos dias, para que a população fique atenta para a periculosidade que é o exercício da cirurgia plástica por profissionais não qualificados”.
Calazans chamou atenção também para o cuidado ao procurar referências médicas em redes sociais. “Muitos médicos sem qualificação e muitos profissionais da área de saúde sem qualificação para o exercício da medicina ou para o exercício da cirurgia plástica acabam se apresentando como se fossem profissionais de qualidade irretocável. Se vendem em mídias sociais como se fossem verdadeiros baluartes da medicina ou da cirurgia plástica, o que é sempre um grande engodo, e os pacientes acabam sendo iludidos”.