W3 Sul recebe nova intervenção poética em áudio

Compartilhar:
Facebook
Twitter
LinkedIn
WhatsApp
Telegram
[views count="1" print= "0"]
Foto: Divulgação
[tta_listen_btn listen_text="Ouvir" pause_text="Pause" resume_text="Retomar" replay_text="Ouvir" start_text="Iniciar" stop_text="Parar"]

Coletivo Transverso e Andaime Cia de Teatro estreiam percurso sonoro que transforma a avenida em experiência imersiva de som, memória e poesia

 

 

O Coletivo Transverso estreia, no dia 18 de dezembro, às 17h, o projeto Cada Caminho é um Poema – Edição Relicário, uma intervenção inédita que transforma a W3 Sul em cenário e personagem de uma experiência artística ao ar livre. A ação tem início no Espaço Cultural Renato Russo e propõe ao público um percurso sonoro, uma caminhada guiada por um mapa com áudios, que conduzem os participantes a observar a cidade com outros olhos.
Idealizado em parceria com a Andaime Cia de Teatro, o projeto reúne dramaturgia, paisagem urbana, memória e poesia. Ao longo do trajeto, o público acessa áudios pelo celular, via QR codes distribuídos em um mapa. De fones de ouvido, cada pessoa escuta textos, depoimentos, cenas e atmosferas sonoras criadas a partir das histórias, tensões e transformações da própria avenida.

A proposta, que conta com recursos do Fundo de Apoio à Cultura (FAC) da Secretaria de Cultura e Economia Criativa do Distrito Federal é simples e inovadora para quem nunca participou: ao caminhar pela W3, o participante é convidado a ouvir a dramaturgia enquanto percebe detalhes do território como sons, cheiros, fluxos, rastros e camadas da cidade, que normalmente passam despercebidos no cotidiano. Assim, a avenida se torna um arquivo vivo e sensorial, onde arte e realidade se sobrepõem.

Durante a abertura, no dia 18 de dezembro, o público receberá os mapas impressos que orientam o percurso e participará da experiência em grupo, guiada pelas artistas idealizadoras do projeto: Patrícia Del Rey (Coletivo Transverso e Andaime Cia de Teatro), Kamala Ramers e Tatiana Bittar (Andaime Cia de Teatro). Ao final, haverá um bate-papo com os participantes sobre as impressões da vivência.

W3 como relicário vivo de Brasília

A Edição Relicário nasceu de uma investigação artística conduzida pelos dois coletivos. As equipes realizaram caminhadas pela W3 em diferentes horários, do amanhecer ao fim da tarde, registrando o ritmo, as mudanças climáticas, os encontros e as paisagens humanas e arquitetônicas que compõem o cotidiano da via.

A chuva, presente em grande parte do processo, acabou incorporada à narrativa sonora, reforçando o caráter orgânico da experiência. Por isso, o público é convidado a ir preparado para variações climáticas: a cidade é parte do espetáculo.
A intervenção marca a segunda colaboração entre os grupos, que trabalharam juntos na performance “Queimada de Sutiã” (2016), na Esplanada dos Ministérios. Quase dez anos depois, retomam a parceria para aprofundar pesquisas sobre memória urbana, presença no espaço público e relações afetivas com Brasília.

Patrícia Del Rey, uma das idealizadoras do projeto, explica que é um trajeto curto, de pouco mais de um quilômetro, que começa e termina no Espaço Cultural Renato Russo. “O público caminha pela W3 acessando QR Codes que liberam trechos de uma dramaturgia sonora criada a partir da cidade. Pensamos o percurso para ser acessível, inclusive para quem tem mobilidade reduzida. Como tudo acontece pelo celular, e estamos em época de chuva, é importante levar o aparelho carregado e, se possível, um guarda-chuva. A ideia é simples: caminhar, ouvir e deixar a cidade conduzir.”

A artista ressalta ainda que as obras abordam temas como acessibilidade, apagamentos urbanos, relações de vizinhança, precarização, chuva e deslocamento. “É uma intervenção que não tenta esconder os conflitos: pelo contrário, ela os transforma em material poético. Esperamos que cada pessoa viva a cidade de um jeito diferente depois desse percurso. Não queremos explicar Brasília, queremos que o público a sinta.”

COLETIVO TRANSVERSO

Criado em 2011 em Brasília, o Coletivo Transverso desenvolve intervenções poéticas no espaço público, utilizando lambe-lambe, stencil, projeção luminosa, performances e ações de jardinagem de guerrilha. Formado por Cauê Maia, Patrícia Del Rey e Rebeca Damian, investiga memória social, poesia e os usos da cidade por meio de obras que cruzam literatura, artes visuais, urbanismo, audiovisual e arte/educação. O coletivo já ocupou instituições como CCBB, Sesc, Centro Cultural TCU, Museu Nacional da República e integrou a Quadrienal de Praga. Desde 2018, também atua como editora independente, com publicações que expandem sua pesquisa urbana.

ANDAIME CIA DE TEATRO

Fundada em 2007 na Universidade de Brasília, a Andaime Cia de Teatro é referência no teatro de grupo do DF, reconhecida por sua pesquisa em performance, dramaturgia e ocupação do espaço urbano. Seu repertório reúne obras apresentadas no Brasil e no exterior, incluindo participações na Quadrienal de Praga e prêmios como o SESC do Teatro Candango. A companhia desenvolve ainda programas formativos e iniciativas de intercâmbio artístico.

Serviço

Cada Caminho é um Poema – Edição Relicário
Percurso sonoro gratuito e aberto ao público
Visitação: De 18/12/25 a 17/01/2026
Saída: Espaço Cultural Renato Russo (508 Sul)
Endereço: CRS 508 W3 sul bloco A loja 72
Abertura com saída guiada: 18 de dezembro, às 17h
Mais informações: https://www.instagram.com/coletivotransverso/

Mais lidas

Senac-DF eterniza o legado de Niemeyer
Aplicativo do Metrô-DF terá espaço para re...
Governo prorroga inscrições do Aluguel Soc...
...