Reforma do IR de Lula injeta R$ 28 bilhões na economia

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Foto: Divulgação
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Reforma do Imposto de Renda de Lula amplia faixa de isenção, injeta R$ 28 bilhões na economia em 2026 e reduz carga tributária para milhões de trabalhadores

 

A ampliação da faixa de isenção do Imposto de Renda (IR) deve aliviar o orçamento de milhões de famílias e sustentar parte do consumo em 2026, embora o impacto direto sobre bens duráveis — como televisores, sugeridos pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) — seja limitado. Em pronunciamento em cadeia nacional, Lula destacou que a isenção para rendas de até R$ 5 mil deve injetar R$ 28 bilhões na economia no próximo ano, mas levantamento da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) aponta que apenas 27,25% desse valor deve ser destinado à compra de bens de consumo.

A CNC estima ainda que a reforma do IR representará renúncia fiscal de até R$ 31 bilhões em 2026. O maior destino do dinheiro extra, porém, deve ser o pagamento de dívidas: 33,6% da renda adicional tende a ser usada para abatimento ou quitação de compromissos financeiros, reflexo do elevado nível de endividamento e inadimplência das famílias. Segundo a entidade, mais de 30% dos lares têm contas em atraso, o maior índice em 15 anos.

Com isso, setores do comércio menos dependentes de crédito — como supermercados, combustíveis e farmácias — devem sentir os efeitos mais imediatos. Já áreas como móveis e eletrodomésticos podem receber cerca de R$ 650 milhões adicionais, ficando à frente apenas de vestuário e calçados.

Mudanças na tabela do IR
Com a nova faixa, 10 milhões de trabalhadores passam a ser isentos, totalizando 15 milhões de contribuintes livres do imposto. A reforma reduz o IR entre R$ 5.000,01 e R$ 7.350, enquanto rendimentos acima disso seguem tributados pelas alíquotas atuais. Para compensar a ampliação, a proposta cria uma alíquota mínima de 10% para quem recebe mais de R$ 50 mil por mês e passa a taxar lucros e dividendos.

Segundo Lula, cerca de 140 mil pessoas de alta renda pagarão mais impostos, tornando o sistema “mais justo” e corrigindo o que considera um privilégio histórico.

Impacto no bolso
Simulações mostram que trabalhadores com renda de até R$ 5 mil por mês poderão economizar até R$ 4 mil anuais — quase um salário extra. Ainda assim, a CNC alerta para a “armadilha da renda”, já que a alíquota sobe abruptamente após os R$ 5 mil, podendo desestimular horas extras, promoções e até incentivar a informalidade.

Para a entidade, ampliar a isenção sem reduzir impostos indiretos mantém o sistema tributário brasileiro entre os mais regressivos do mundo, desperdiçando a chance de torná-lo mais equilibrado e alinhado a padrões internacionais.

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