Relator da CPMI aponta elo entre pagador de propina e ex-presidentes do INSS
O relator da CPMI que apura o desvio bilionário contra aposentados e pensionistas, deputado Alfredo Gaspar (União-AL), revelou ontem que o advogado Gilmar Stelo, alvo de recente operação da Polícia Federal, era o responsável por pagar propina mensal ao ex-presidente do INSS Alessandro Stefanutto, preso sob suspeita de envolvimento no esquema. Segundo Gaspar, Stelo tem vínculos com o advogado Mauro Hauschild, ex-presidente do INSS no governo Dilma Rousseff (PT) e ex-assessor de Dias Toffoli quando este comandava a Advocacia-Geral da União (AGU).
Durante depoimento à CPMI, Gaspar apresentou elementos que conectam Stelo a Stefanutto com base no testemunho de Cecília Mota, advogada ou dirigente de quatro entidades suspeitas de integrar o esquema que desviou R$ 747,5 milhões das vítimas. Questionada, Cecília declarou não recordar informações sobre o funcionamento das empresas nem detalhes sobre os seus sócios, alegando desconhecimento.
O relator também destacou que a advogada realizou dezenas de viagens, inclusive internacionais, nos mesmos voos e destinos do empresário conhecido como “Careca do INSS”, figura apontada como peça-chave do esquema. Ainda assim, Cecília afirmou não conhecê-lo.
Convidada a depor como testemunha, Cecília obteve habeas corpus do ministro do STF Flávio Dino, autorizando-a a permanecer em silêncio para não se incriminar. A CPMI continua investigando as conexões entre advogados, ex-dirigentes do INSS e entidades suspeitas de participar de uma estrutura fraudulenta que teria lesado milhares de beneficiários da Previdência.
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