Infarto em jovens cresce no Brasil e preocupa profissionais de saúde

Compartilhar:
Facebook
Twitter
LinkedIn
WhatsApp
Telegram
[views count="1" print= "0"]
Foto: Divulgação/IgesDF
[tta_listen_btn listen_text="Ouvir" pause_text="Pause" resume_text="Retomar" replay_text="Ouvir" start_text="Iniciar" stop_text="Parar"]

Palestra no Hospital Regional de Santa Maria reforça sinais de alerta, fatores de risco e estratégias de prevenção

Por Talita Motta

O número de infartos entre jovens tem crescido de forma preocupante no Brasil. Dados do Ministério da Saúde, compilados pela Sociedade de Cardiologia do Estado de São Paulo (Socesp), mostram que as internações por infarto em pessoas com menos de 40 anos aumentaram 150% entre 2000 e 2024 — passando de dois para cinco casos a cada 100 mil habitantes.

Diante desse cenário, o Instituto de Gestão Estratégica de Saúde do Distrito Federal (IgesDF) promoveu, nesta terça-feira (11), uma palestra no auditório do Hospital Regional de Santa Maria (HRSM) com o objetivo de capacitar profissionais de saúde e conscientizar sobre os principais aspectos do infarto agudo do miocárdio (IAM). O encontro abordou desde a fisiopatologia da doença até o reconhecimento precoce dos sinais clínicos e eletrocardiográficos e o manejo adequado dos casos.

A enfermeira Rafaela Gomes Portela, responsável pela palestra, destacou a importância da educação em saúde e da atenção aos sintomas. Segundo ela, nem toda dor no peito é igual.

“A dor típica do infarto costuma ser opressiva, localizada à esquerda, podendo irradiar para o braço e o pescoço, de grande intensidade e duração prolongada. Já a dor atípica é mais comum em diabéticos, mulheres e idosos e, por isso, muitas vezes, o diagnóstico é atrasado”, explica.

Cerca de 80% dos casos, segundo Rafaela, ocorrem pela ruptura de placas com trombose, que interrompem o fluxo sanguíneo para o coração. “Essas placas se formam ao longo dos anos por conta do acúmulo de gordura nas artérias. Tabagismo, hipertensão e colesterol elevado são fatores diretamente ligados a esse processo. Mas o importante é saber que a maioria deles pode ser controlada com mudanças no estilo de vida”, alerta.

Entre as medidas de prevenção destacadas estão a alimentação equilibrada, a prática regular de exercícios físicos, o controle do peso, o sono de qualidade e o manejo do estresse, pilares fundamentais para a saúde cardiovascular.

A assessora da Superintendência do HRSM e enfermeira de formação, Rayanne Lopes, participou da atividade e elogiou a clareza da apresentação. “Mesmo quem está atualmente em funções administrativas, como eu, conseguiu relembrar conceitos e compreender melhor o impacto dessa condição, que continua tão presente nos prontos-socorros e enfermarias. Foi uma atualização necessária e muito bem conduzida”, destaca.

Resultados que salvam vidas

Além da capacitação, o encontro apresentou resultados concretos de uma iniciativa que tem salvado vidas em todo o Distrito Federal: o Projeto Sprint, parceria entre o IgesDF e o Instituto de Cardiologia e Transplantes do Distrito Federal (ICTDF). Criado em 2019, o projeto tem o objetivo de aprimorar o atendimento de pacientes com suspeita de infarto nas Unidades de Pronto Atendimento (UPAs).

A iniciativa funciona 24 horas por dia e oferece suporte direto aos médicos das UPAs. Quando há dúvida na interpretação do eletrocardiograma, o profissional envia o traçado e o resumo da história clínica do paciente para o cardiologista do ICTDF, que analisa as informações em tempo real e orienta a melhor conduta terapêutica.

Segundo Rafaela, os resultados comprovam a efetividade do trabalho em rede. “Em 2024, alcançamos uma taxa de 94% de sobrevida entre os pacientes atendidos. Conseguimos evitar que essas pessoas viessem a óbito em decorrência do infarto, o que mostra o impacto positivo desse trabalho integrado”, comemora.

O evento foi promovido pelo Núcleo de Educação Permanente (NUDEP), pela Gestão do Conhecimento (GGCON) e pela Diretoria de Inovação, Ensino e Pesquisa (DIEP) do IgesDF.

Mais lidas

José Aparecido celebra novo marco do Siste...
Infarto em jovens cresce no Brasil e preoc...
Senac-DF faz história na formação profissi...
...