PT tenta retomar espaço em Brasília com apoio do PSB, mas o eleitorado cansado da velha esquerda reage com desconfiança
A tentativa do Partido dos Trabalhadores (PT) de retomar o poder no Distrito Federal, em aliança com o PSB de Rodrigo Rollemberg, começou sob forte resistência. A costura política, anunciada após a inelegibilidade de José Roberto Arruda (PL) para o pleito de 2026, já enfrenta rejeição expressiva entre eleitores cansados das velhas práticas políticas e da falta de renovação nos quadros da esquerda.
Rollemberg, ex-governador do DF, deixou o Palácio do Buriti com uma das maiores taxas de rejeição da história — ultrapassando 70% ao final de seu mandato. Mesmo assim, o PSB tenta ressurgir ao lado de um PT enfraquecido, que insiste em repetir fórmulas que já não empolgam o eleitorado brasiliense.
Os nomes de Leandro Grass (PT) e Ricardo Cappelli (PSB) surgem como pré-candidatos ao Buriti, mas ambos enfrentam dificuldades para se firmar como opções viáveis. Grass fala em “unificar a esquerda e dar palanque a Lula”, enquanto Cappelli, conhecido por sua proximidade com Rollemberg e por ser considerado um “forasteiro político”, tenta se projetar em meio à falta de identidade local e às críticas por antecipar a campanha.
O presidente do PSB-DF, Rodrigo Dias, tenta emplacar um discurso de conciliação e defende a ampliação das alianças: “O mais importante é mantermos o diálogo para construir um caminho único para as eleições”, afirmou. No entanto, até o momento, PT e PSB não chegaram a um acordo sobre quem ocupará a vaga de vice na chapa.
Já o presidente do PT-DF, Guilherme Sigmaringa, acredita que a aliança pode “dar sustentabilidade” à eventual reeleição de Lula. Mas o discurso soa distante da realidade do eleitorado local e no Brasil, que demonstrou nas urnas de 2024 para prefeito e vereadores um claro desencanto com o partido — derrotado nas principais capitais e sem conseguir transformar o governo federal em capital político.
Entre promessas recicladas e discursos ultrapassados, a esquerda parece insistir em reviver um passado que Brasília não quer mais ver de volta. A tentativa de reedição de velhos projetos e velhos nomes tende a encontrar nas urnas a resposta do eleitorado: o Distrito Federal não quer retroceder.
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