Megaoperação contra o Comando Vermelho deixa 121 mortos, 113 presos e toneladas de drogas apreendidas; Defensoria acompanha famílias das vítimas
Os corpos de 117 mortos na operação “Contenção”, deflagrada na última terça-feira (28) no Rio de Janeiro, foram liberados pelo Instituto Médico Legal (IML) após perícia, informou a Defensoria Pública do Estado neste domingo (2).
A ofensiva policial, considerada a mais letal da história do Brasil, resultou na morte de 121 pessoas, segundo o governo fluminense. Dentre as vítimas, quatro eram policiais — dois militares e dois civis — e as demais teriam ligação com o tráfico de drogas. A ação concentrou-se nos complexos do Alemão e da Penha, com o objetivo de capturar lideranças e integrantes do Comando Vermelho.
“A Defensoria Pública do Estado do Rio de Janeiro informa que todos os corpos dos suspeitos mortos da megaoperação realizada nos complexos da Penha e do Alemão foram liberados, e a perícia do Instituto Médico-Legal foi oficialmente encerrada”, comunicou a instituição. “A Defensoria segue acompanhando o caso e prestando assistência às famílias.”
Segundo a Polícia Civil, o saldo da megaoperação inclui 113 prisões, mais de uma tonelada de drogas apreendidas e 91 fuzis confiscados. Um dos principais alvos, Edgard Alves de Andrade, conhecido como Doca — apontado como uma das lideranças do Comando Vermelho nas ruas — segue foragido.
Em coletiva de imprensa na sexta-feira (31), o secretário de Polícia Civil Felipe Curi e o secretário de Segurança Pública Victor Santos detalharam que, dos 99 mortos identificados até aquele momento, 42 possuíam mandados de prisão pendentes e 78 tinham extenso histórico criminal. Nove deles eram considerados chefes regionais da facção e foram mortos durante os confrontos:
— Russo, chefe do tráfico em Vitória;
— DG, chefe do tráfico na Bahia;
— FB, chefe do tráfico na Bahia;
— PP, chefe do tráfico no Pará;
— Chico Rato, chefe do tráfico em Manaus;
— Gringo, chefe do tráfico em Manaus;
— Mazola, chefe do tráfico em Feira de Santana;
— Fernando Henrique dos Santos, chefe do tráfico em Goiás;
— Rodinha, chefe do tráfico em Itaberaí.
As investigações indicam que os complexos do Alemão e da Penha funcionavam como centros de comando e treinamento tático da facção, além de pontos estratégicos para armazenamento e distribuição de drogas e armas para outras comunidades. Estima-se que cerca de 10 toneladas de entorpecentes circulavam mensalmente pelas áreas controladas.
Ao menos 24 comunidades do Rio de Janeiro — entre elas o Complexo do Salgueiro, Rocinha, Maré, Jacarezinho e Complexo do Lins — seriam abastecidas por esses fluxos ilícitos, reforçando o papel das regiões como núcleo operacional do Comando Vermelho.
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