STF inicia julgamento do Núcleo 4 da trama golpista ligada a tentativa de manter Bolsonaro no poder

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© Rosinei Coutinho/STF
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Grupo de sete réus é acusado de integrar o “núcleo de desinformação”, responsável por ataques virtuais e disseminação de notícias falsas para apoiar tentativa de golpe em 2022.

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), deu início nesta terça-feira (14) ao julgamento dos réus do chamado Núcleo 4 da trama golpista que tentou manter o ex-presidente Jair Bolsonaro no poder mesmo após a derrota nas eleições de 2022. A sessão começou com a leitura do relatório da ação penal, que investiga a atuação do grupo identificado pela Procuradoria-Geral da República (PGR) como o “núcleo de desinformação”.

De acordo com a denúncia, o grupo, formado por sete réus entre militares e civis, teria atuado na propagação sistemática de notícias falsas sobre o processo eleitoral e em ataques virtuais a instituições e autoridades, com o objetivo de enfraquecer a confiança na Justiça Eleitoral e sustentar uma narrativa golpista.

“Os réus propagaram sistematicamente notícias falsas sobre o processo eleitoral e realizaram ataques virtuais a instituições e também a autoridades que ameaçavam os interesses da organização criminosa”, afirmou Moraes ao ler o resumo da denúncia.

Entre os fatos considerados criminosos pela PGR estão a criação de uma “Abin Paralela”, que teria utilizado a estrutura da Agência Brasileira de Inteligência para monitorar adversários políticos, e uma campanha de difamação contra os comandantes do Exército e da Aeronáutica em 2022, com o intuito de pressioná-los a aderir ao plano golpista.

Os réus do Núcleo 4 são:

  • Ailton Gonçalves Moraes Barros (major da reserva do Exército);

  • Ângelo Martins Denicoli (major da reserva do Exército);

  • Giancarlo Gomes Rodrigues (subtenente do Exército);

  • Guilherme Marques de Almeida (tenente-coronel do Exército);

  • Reginaldo Vieira de Abreu (coronel do Exército);

  • Marcelo Araújo Bormevet (policial federal);

  • Carlos Cesar Moretzsohn Rocha (presidente do Instituto Voto Legal).

Eles respondem pelos crimes de organização criminosa armadatentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direitogolpe de Estadodano qualificado pela violência e grave ameaça, e deterioração de patrimônio tombado.

As defesas alegam que a PGR não individualizou as condutas e que o processo se baseia em indícios genéricos, sem provas concretas. Moraes apresentou um resumo das alegações finais, mas os advogados ainda terão espaço para suas sustentações orais durante o julgamento.

A sessão começou por volta das 9h, com o procurador-geral da República, Paulo Gonet, apresentando sua sustentação e reafirmando as provas dos crimes. O julgamento deve se estender por quatro sessões, previstas para os dias 14, 15, 21 e 22 de outubro, quando os ministros da Primeira Turma — Moraes, Flávio Dino, Cristiano Zanin, Luiz Fux e Cármen Lúcia — devem votar pela condenação ou absolvição dos réus.

O processo faz parte de um conjunto de ações que investigam diferentes núcleos da tentativa de golpe. O Núcleo 1, considerado o “crucial”, já teve julgamento concluído, com a condenação de Jair Bolsonaro e outros seis aliados. Os núcleos 2 e 3 devem ser julgados até o fim do ano — o terceiro em 11 de novembro e o segundo em dezembro.

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