Ministra do Meio Ambiente avalia retorno à legenda de Eduardo Campos após perder o controle da Rede; Lula e aliados veem sua candidatura como peça-chave em aliança de centro para 2026
A ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, está cada vez mais próxima de definir seu futuro político e retornar ao PSB, partido pelo qual disputou a Presidência da República em 2014, antes de fundar a Rede Sustentabilidade. Fontes próximas à ministra indicam que o acordo já está em fase avançada, e a decisão deve ser oficializada após a Justiça determinar o comando definitivo da Rede.
Nas últimas semanas, Marina intensificou o diálogo com o PSB, legenda presidida nacionalmente por João Campos, prefeito de Recife, que fez um convite formal para seu retorno. O gesto reforçou a aproximação com a família Campos, com quem Marina mantém uma relação política e pessoal desde a parceria com Eduardo Campos, de quem foi vice na chapa presidencial de 2014.
A reaproximação acontece após uma disputa interna na Rede, que resultou na perda de controle do partido para o grupo de Heloísa Helena, também fundadora do PSOL. A equipe de Marina chegou a apontar “inconsistências” e “arbitrariedades” no processo eleitoral interno, mas acabou derrotada.
PSB prepara candidatura ao Senado
Com o retorno de Marina praticamente acertado, o PSB já planeja lançá-la candidata ao Senado por São Paulo nas eleições de 2026. A ideia tem apoio de setores do Palácio do Planalto, que enxergam na ministra uma liderança capaz de equilibrar a chapa com um perfil de centro, reforçando a coalizão entre o PT e o PSB no maior colégio eleitoral do país.
Nos bastidores, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva teria sinalizado interesse em uma dobradinha com o PSB paulista, na qual Marina disputaria o Senado e o PT lançaria um nome ao governo do estado. Entre os cotados estão Fernando Haddad, ministro da Fazenda, e Geraldo Alckmin, vice-presidente e ministro da Indústria e Comércio.
Debandada na Rede
Enquanto Marina aguarda a definição judicial sobre o comando da Rede, seus aliados já articulam uma saída coletiva. A primeira a deixar a legenda deve ser a deputada estadual Marina Helou (Rede-SP), que deve se filiar ao PSB e fazer uma dobradinha com a ministra nas próximas eleições — uma ao Senado e a outra à Câmara dos Deputados.
Se confirmada, a mudança de Marina Silva representará mais um realinhamento importante no campo governista e reforçará o papel do PSB como ponto de equilíbrio entre o petismo e o centro político na corrida de 2026.