Dia das crianças: maioria dos brasilienses pretende presentear e comércio projeta crescimento de até 10%
Pesquisa do Instituto Fecomércio-DF sobre intenção de compras e expectativas de vendas para o Dia das Crianças aponta que a maioria dos consumidores do Distrito Federal (66,2%) têm a intenção de presentear neste ano. Além disso, o ticket declarado pelos clientes, valor médio que pretendem investir nas compras, subiu para R$ 232,67, um aumento de 9,8% em relação a 2024 (R$ 211,90). A expectativa média de crescimento das vendas para 2025 é de 10%.
Do lado do comércio, o estudo mostra comportamento misto: 53,6% dos lojistas acreditam que as vendas serão maiores do que as do ano passado; 24% projetam vendas menores e 22,4% esperam um desempenho similar. Observa-se uma tendência de menor otimismo desde 2022 na série histórica de expectativas. Entre os que esperam queda, 84,3% indicam a crise econômica como principal causa. Já os lojistas otimistas destacam a possibilidade de impacto positivo da data sobre o desempenho das vendas (26,1%).
“Os dados mostram um cenário de cautela, que acreditamos estar ligado aos altos juros, ao nível de inadimplência das famílias e dificuldades de acesso ao crédito. Ainda assim, a pesquisa indica espaço para crescimento de até 10% nas vendas, impulsionado pela disposição da maioria dos consumidores em comprar presentes e pelo aumento do ticket médio, o que demonstra a relevância do Dia das Crianças para o comércio local”, avalia o presidente do Sistema Fecomércio-DF, José Aparecido Freire.
Para enfrentar o cenário, a maioria dos comerciantes (78,4%) afirmaram que adotarão estratégias comerciais, investindo em ações como propagandas (22,5%) e promoções (20,3%). Em relação aos preços, 78,4% planejam manter os valores praticados no ano passado. Outros 12,8% pretendem aumentar os preços, em média em 11,7%, motivados principalmente por repasse de fornecedores (50%), reajuste anual (28,1%) ou aumento dos impostos (15,6%).
Os demais 8,8% pretendem reduzir os preços, em média em 18,4%, justificando a medida pela necessidade de adaptação ao cenário de crise (31,8%), para atrair mais clientes (18,2%), aumentar as vendas (18,2%) ou realizar promoções (18,2%).
Quanto às preferências de compras, os brinquedos aparecem em primeiro lugar (42,6%), seguidos por roupas (23,5%), calçados (11,3%), chocolates e trufas (5,1%), livros ou artigos de papelaria (3,2%) e cosméticos (3%). A maior parte das compras para o Dia das Crianças devem ser feitas em lojas físicas, de rua/bairro, e shoppings, que, juntas, representam aproximadamente 66,2% das escolhas.
O período da tarde concentra a maior parte das intenções de compra (48,8%) e os dias preferidos são o sábado (36,1%) e domingo (24,8%). Entre os consumidores, as compras no crédito aparecem na liderança (38,8%). No entanto, as formas de pagamento imediatas, Pix/transferência (28,9%), débito (16,9%) e dinheiro (15,4%) somam 61,2% das escolhas, indicando que a maioria dos brasileenses pretendem quitar as compras no ato.
Metodologia
A abordagem de consumidores se deu de forma aleatória, em diferentes pontos de circulação do DF, resultando em uma amostra de 304 respondentes. Já a abordagem aos lojistas, direcionada aos proprietários e gerentes, deu-se de forma telefônica, compreendendo uma amostra de 250 empresas de diferentes segmentos, concentradas em várias regiões do DF.
Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil