Por José Gadêlha Loureiro
A realidade é mais criativa do que se possa imaginar, nos alerta o colombiano e nobel de literatura, Gabriel Garcia Marques. E por desconhecer e se fiar apenas nas suposições futuristas, a propalada Geração Z bateu de encontro com a realidade. Segundo levantamento do Portal Terra, em média a Geração Z deixa um emprego depois de apenas um ano. Segundo a mesma fonte, a razão seria: os jovens não pretendem mais “aguentar” alguns anos de sofrimento enquanto aguardam uma hipotética promoção.
Mas vejamos algumas das alegações aventadas por essa geração. Além dos clichês sobre a Geração Z: o que os números dizem?
Uma constatação é inegável: os jovens de hoje estão deixando seus empregos muito mais cedo do que os mais velhos. No passado, as pessoas que iniciavam suas carreiras permaneciam entre dois e três anos na primeira empresa antes de seguirem adiante. Já a chamada Geração Z, por outro lado, estagnou em uma média de 1,1ano. Esse número é frequentemente mal compreendido, se considerarmos os dados do senso comum. A maioria das pessoas – seguindo essa lógica – acredita que os jovens perderam o gosto pelo esforço e pelo trabalho, que são extremamente desleais, que as coisas eram melhores antes e que tudo está “indo para o inferno”… Essa constatação, por si só, é muito vaga!
Segundo Fabrício Mainenti do referido portal, estudos mais abalizados dessa questão revelam que os jovens de 2025 destacam uma mensagem muito clara: eles não estão fugindo; estão seguindo em frente. No geral, estão mais do que nunca se recusando a se submeter a maus gestores e a ser leais a empresas prejudiciais. Hoje, eles buscam rápida ascensão profissional, significado em seus empregos e realização pessoal. E se por um lado a Geração Z sofre de etarismo no trabalho, ao contrário – por sua vez, muitas empresas se recusam a contratar jovens. O chamado “juvenilismo” é um novo fenômeno que discrimina abertamente a juventude, segundo Victor Bianchin, especialista nessa questão.
Muitos chefes consideram a Geração Z sensível demais e preguiçosa. Na prática, muitos chefes rejeitam o talento jovem. E isso se traduz no fato de que os trabalhadores jovens perderam espaço em comparação aos mais velhos desde 2022; e aproximadamente metade dos empregadores (estudados na pesquisa) afirmou aos pesquisadores que os candidatos jovens “não estão preparados para o trabalho”. Em tempo: a realidade – queiramos ou não – é sempre criativa!
José Gadêlha Loureiro, professor de História e Secretário Geral da ADEEP-DF (Associação de Diretores e Ex-diretores das Escolas Públicas da Secretaria de Estado de Educação do Distrito Federal).
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