Trânsito no Rio mata 10 vezes mais que dengue em 2025

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Violência no trânsito no Rio mata 10 vezes mais do que dengue, alerta Secretaria de Saúde

A violência no trânsito segue como um dos maiores problemas de saúde pública no Rio de Janeiro. Somente em 2025, a Secretaria Municipal de Saúde registrou mais de 20 mil acidentes. Apesar da redução no número de ocorrências em comparação com anos anteriores, a quantidade de mortes aumentou, segundo informou o secretário da pasta, Daniel Soranz, durante o evento A violência no trânsito e seus indesejáveis efeitos, promovido pelo Instituto dos Advogados Brasileiros (IAB), nesta segunda-feira (22/9).

“Se compararmos a taxa de mortalidade com a de dengue, veremos que os acidentes de trânsito superam em mais de 10 vezes as mortes causadas por essa doença na cidade do Rio”, destacou Soranz.

Crescimento da frota de motos preocupa autoridades

O secretário chamou atenção para o aumento de motociclistas entregadores como fator de risco. “A frota de motos no Rio cresceu 393% entre 2011 e 2021, mas os sinistros envolvendo esses veículos cresceram três vezes mais que a frota em si”, explicou.

No Sistema Único de Saúde (SUS), entre 2010 e 2019, foram registradas 1,7 milhão de internações por acidentes de trânsito, com motociclistas representando metade dos casos. O custo estimado foi de R$ 2 bilhões. “Por isso, aplicamos o Plano de Segurança Viária no município, que tem como meta reduzir em 50% as mortes no trânsito até 2030 e alcançar zero mortes até 2035”, afirmou Soranz.

Mobilização na Semana Nacional de Trânsito

A abertura do evento foi feita pela 1ª vice-presidente do IAB, Adriana Brasil Guimarães, que reforçou a necessidade de conscientização. “É um tema de relevância não só para o Estado do Rio, mas para o Brasil. Temos que alertar motoristas e pedestres para que sigam as medidas de segurança, respeitem sinais e utilizem passarelas”, disse.

O presidente da Comissão de Trânsito e Mobilidade Urbana do IAB, Armando de Souza, lembrou que o encontro integra a programação da Semana Nacional de Trânsito de 2025. “Temos muito pouco a comemorar. A conta dessa violência será paga por toda a sociedade, e o país não dispõe de recursos para arcar com esse prejuízo”, avaliou.

Palestras e dados alarmantes

A superintendente da Operação Lei Seca do Rio, Patrícia Monteiro Ribeiro, ressaltou que a combinação de álcool e direção continua sendo um dos principais problemas. Ela destacou que, após a intensificação da fiscalização, os acidentes não fatais caíram 38% no estado. “O legislador entendeu que a única condição segura seria tolerância zero em relação ao álcool. A sociedade já reconhece essa importância”, disse.

O especialista em Educação para o Trânsito, Carlos Fernando de Siqueira Lima, reforçou os impactos sociais e econômicos dos sinistros. Segundo ele, o Brasil registra de 30 a 35 mil mortes anuais, sobretudo entre jovens de 15 a 39 anos. “Motociclistas representam mais de 35% das vítimas fatais e lideram as internações prolongadas, sobrecarregando o SUS e desestruturando famílias”, apontou.

Representando a Whoosh BR, empresa de patinetes elétricos, a advogada Carolina Pinto destacou as medidas de segurança adotadas pela companhia, como limite de velocidade de 20 km/h e pontos fixos de estacionamento. “Não há regulamentação que funcione sem conscientização. O respeito no trânsito precisa ser diário, não apenas no lazer ou no turismo”, concluiu.

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