Coronel da PMDF negou omissão na operação de 8 de Janeiro em depoimento à CPI

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Coronel da PMDF nega omissão na operação do 8 de janeiro e acusa colega de mentir à CPI; revela reunião prévia com alto risco e visita de Bolsonaro a colegas da PMDF

 

 

 

O coronel da Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF), Paulo José Bezerra, foi ouvido hoje pela Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) dos Atos Antidemocráticos da Câmara Legislativa. Durante seu depoimento, ele negou ter sido omisso na operação policial realizada no dia 8 de janeiro, quando manifestantes invadiram e depredaram os palácios da República. Paulo José ocupava o cargo de subchefe do Departamento de Operações (DOP) da PMDF na data dos eventos e encontra-se atualmente preso juntamente com outros membros da cúpula da PMDF devido à investigação em curso no Supremo Tribunal Federal sobre os acontecimentos de 8 de janeiro.

 

O coronel enfatizou repetidamente que não foi convocado para participar de nenhuma reunião de planejamento relacionada à contenção das manifestações antidemocráticas que haviam sido anunciadas. Além disso, acusou seu colega coronel da PMDF, Marcelo Casimiro, que estava encarregado da operação naquele dia, de ter mentido durante seu depoimento à CPI, afirmando aos parlamentares que a ordem para abrir a Esplanada dos Ministérios havia partido de Paulo José. O coronel Paulo José declarou: “O coronel Casimiro mentiu aqui. Eu nunca dei a ordem ao Casimiro para abrir a Esplanada. Eu nem participei das reuniões. Ele mentiu aqui na CPI e me coloco à disposição para fazer uma acareação na frente dele.”

 

Quando questionado se a ordem para abrir a Esplanada aos manifestantes no dia 8 de janeiro teria sido dada diretamente pelo governador a ele, o coronel Paulo José negou categoricamente, afirmando que não tinha conhecimento das manifestações, já que havia retornado de férias recentemente. Ele destacou que seria uma honra receber uma ligação do governador, mas afirmou que o governador nunca havia entrado em contato com ele.

 

Paulo José também compartilhou detalhes sobre sua nomeação como chefe interino do DOP e o fato de ser o único coronel em serviço no departamento às vésperas da manifestação antidemocrática. Ele explicou que havia tirado férias em novembro de 2022 e que o coronel Klepter, responsável pelas operações, solicitou que ele não retornasse ao trabalho e permanecesse em casa até depois de 2 de janeiro. Ao seu retorno, ele encontrou o núcleo do DOP afastado, com três coronéis do núcleo operacional ausentes, o que não era comum.

 

Paulo José também revelou que em 7 de janeiro, véspera dos atos, ocorreu uma reunião entre a Secretaria de Segurança Pública e a Polícia Federal, onde foram apresentadas informações que indicavam um alto risco nas manifestações planejadas para o dia seguinte. Ele acredita que, naquele momento, o Plano de Ações Integradas deveria ter sido refeito e que, se houvesse a determinação de enviar mais policiais para o local, os eventos do dia 8 de janeiro poderiam ter sido evitados.

 

O coronel também mencionou que o então presidente da República, Jair Bolsonaro, teria visitado oficiais da PMDF que faziam parte da mesma turma dos coronéis Fábio Augusto Vieira, Klepter Rosa e Jorge Naime, que atualmente estão detidos. Ele mencionou a existência de uma foto de Bolsonaro com esses oficiais do ano passado.

 

Com informações da CLDF

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