E-mails de militares reforçam suspeitas sobre suposto recebimento de pedras preciosas por Bolsonaro e Michelle Bolsonaro
A Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do 8 de Janeiro obteve acesso a trocas de e-mails entre militares vinculados à Presidência da República, que sugerem que o ex-presidente Jair Bolsonaro e sua ex-primeira-dama, Michelle Bolsonaro, teriam recebido um envelope e uma caixa contendo supostas pedras preciosas na cidade de Teófilo Otoni no ano passado. As mensagens indicam que os presentes não teriam sido cadastrados oficialmente.
O jornal O Estado de S. Paulo teve acesso a dois e-mails trocados por primeiros-tenentes do Exército, Adriano Alves Teperino e Osmar Crivelatti, e pelo segundo-tenente da Força, Cleiton Henrique Holzschuk, todos eles ex-auxiliares de Ordem da Presidência da República durante o governo Bolsonaro. O tenente Osmar Crivelatti, que era braço direito do tenente-coronel Mauro Cid, atualmente preso por inserção de dados falsos de vacinação contra a Covid-19 no sistema do Ministério da Saúde, também está envolvido nos e-mails.
As mensagens intituladas “Passagem do Serviço Coordenação AJO/PR. Observações eventuais” são listas numeradas com detalhes das atividades a serem cumpridas pelos militares. A CPMI teve acesso às trocas de e-mails realizadas entre 26 de outubro e 11 de novembro do ano passado.
Em um dos e-mails, datado de 27 de outubro, às 18h21, o então coordenador administrativo da Ajudância de Ordens da Presidência da República, Cleiton Henrique Holzschuk, envia as tarefas aos seus colegas, onde o item de número 36 se refere ao “Presente PR”, que trata das supostas pedras preciosas recebidas.
Essa revelação acrescenta mais elementos à investigação em andamento, envolvendo o governo Bolsonaro e seus ex-integrantes. A CPMI do 8 de Janeiro busca esclarecer as circunstâncias em torno dos eventos que levaram à invasão do Capitólio nos Estados Unidos em janeiro de 2021, e agora, esses e-mails trazem à tona suspeitas sobre o recebimento de presentes não cadastrados pela Presidência da República. As investigações continuam e prometem trazer à luz mais detalhes sobre o assunto.
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