Marcos Piangers 3: O Natal virtual no metaverso

Compartilhar:
Facebook
Twitter
LinkedIn
WhatsApp
Telegram
[views count="1" print= "0"]
[tta_listen_btn listen_text="Ouvir" pause_text="Pause" resume_text="Retomar" replay_text="Ouvir" start_text="Iniciar" stop_text="Parar"]

 

O youtuber e palestrante Marcos Piangers durante sua participação no evento Impacto Digital: Conectividade Para Transformar Realidade, Negócios e Cidadãos, abordou o tema metaverso e o Grande Natal Virtual.

Na opinião do renomado palestrante, o comércio na época de Natal terá fortes características de demanda de produtos virtuais.

O evento que aconteceu nesta quarta (10) no SebraeLab, situado no Parque Tecnológico de Brasília – BioTIC, contou com a produção do Grupo Metrópoles.

Piangers é autor do best seller O Papai é Pop, com mais de 500 mil livros vendidos e traduzidos em inglês, espanhol e catalão. É uma das maiores referências sobre paternidade do Brasil e cinco vezes palestrante do TEDx, a maior conferência de ideias do mundo.

Palestrante e youtuber referência, seus vídeos já ultrapassaram a marca de meio bilhão de views na internet. Alcançou a marca de 1,2 milhão de seguidores no Instagram.

Metaverso

É preciso esclarecer que metaverso é a terminologia utilizada para indicar um tipo de mundo virtual que tenta replicar a realidade através de dispositivos digitais. É um espaço coletivo e virtual compartilhado, constituído pela soma de “realidade virtual”, “realidade aumentada” e “Internet”.

De acordo com Piangers, no grande metaverso, que no popular é mundo virtual, há a possibilidade de uma grande migração dos comportamentos humanos digitais que eram analógicos para um ambiente digital. Ele citou o Roblox, jogo que faz a cabeça de muitas crianças. “Quem tem criança conhece o Roblox?”, questionou o palestrante para a plateia atenda. Alguns levantaram as mãos.

O Roblox é uma espécie de metaverso de brincadeira. “As crianças passam mais tempo no Roblox do que somando o tempo que as pessoas passam no TikTok, no Netflix, no Youtube”, disparou ele.

Em seguida, ele explicou que o uso do Roblox, que, basicamente, é um mundo virtual, onde o jogador age com interação. Sucesso entre a garotada. “Por isso, a gente fala no grande Natal virtual”, pontuou Piangers.

Produtos represados

O palestrante enfatizou que, hoje, todos os bens materiais, todos os brinquedos das crianças estão parados nos portos ao redor do mundo. “Esse Natal vai ter realmente um problema de logística. Cara o mundo está todo travado, destacou.

“Não estamos conseguindo receber os produtos. Então, provavelmente, a gente vai ter mais um gatilho para essa virtualização do nosso comportamento como a gente virtualizou nosso aprendizado, o trabalho remoto, acesso a medicina, assinatura de contratos a gente está virtualizando os presentes dos nossos filhos nesse Grande Natal Digital.”

Educação em casa

Na visão de Piangers, a educação em casa está indo muito bem. É um desafio lidar com uma criança em casa, você tendo que trabalhar. “Foi um desafio. Tantos amigos meus diziam meu sonho é fazer homeschooling . E aí, durante a pandemia. ‘Não consigo fazer homeschooling. Não tenho paciência, não consigo, não tenho didática, não tenho pedagogia”, completou.

Piangers disse que é preciso valorizar os professores, assim como as instituições de ensino. Ele contou que tem percebido que “a gente com um filho não tem paciência, mas o professor está com 30. Atento, paciente, carinhoso, amável e com pedagogia para ensinar nossos filhos”.

“Então, uma salva de palmas para todos os professores que estão aqui e os que estiverem na internet. Valorize seu professor, mando um WhatsApp e diz professor eu amo você, você salvou a minha vida meus pais não conseguiram”, sublinhou.

Ele contou que no aprendizado a distância há várias experiências. O palestrante citou que há plataforma de aprendizado engajador, um ambiente digital. Eu aprendo matemática, geografia, história. Eu disputo com meus amigos quem sabe história. Faço uma série de jogos.

Uma das facilidades dessas plataformas é a possibilidade de personalização. Se há alunos melhores em história, por exemplo, elas podem passar para outras séries. Já há alunos que estão na sexta série e já poderiam cursar a oitava série, mas permanece onde está.

Demonstrando inconformismo, ele virou para a plateia e perguntou: “Por que a gente coloca todo mundo de sete anos junto?”

Tem crianças mais interessadas em matemática e tem aquelas não tão interessadas da mesma idade.  Um que tem mais aptidão para história. “Um aluno de seis que pode saber mais que um outro que tem oito anos e um pode ensinar o outro”, exemplifica.

“Vocês concordam comigo que a gente aceitou o sistema educacional na era industrial que padroniza o ensino e personalizadamente para ensinar e florescer essas crianças no seu maior potencial de ensino. Vocês concordam ou não que as crianças digitais são mais engajantes, têm capacidade de passar mais insights para os professores.”

Ainda, dentro do tema educação, Piangers acredita que o ensino não vai acabar através do digital.

Como outro exemplo, ele citou um garoto, que morava no interior da Mongólia, e quando lá chegou a primeira possibilidade de acesso à internet ele começou a fazer os cursos do MIT. Saía-se tão bem, que o MIT o chamou para ter aula presencial “porque você está mandando muito bem, você é um cara fora da curva”.

Inteligência

Piangers mudou para questão da inteligência artificial. Utilizando essa ferramenta na China, se consegue aprender em três horas o que os melhores professores levavam três anos para entender aquele aluno.

Por meio da inteligência artificial em um prazo de três horas se percebe que um aluno é muito bom em uma disciplina. E, além disso, pode orientar para ele ser colocado em uma série mais avançada. A leitura pode detectar a dificuldade do aluno e indicar onde pode receber reforça pelo ensino. Um insight do aluno pode  Esse cara tem dificuldade aqui, então vamos ajudar nesse lado aqui. Passando insight para o professor uma inteligência artificial consegue ajudar o ensino.

Youtube

Piangers informou que para a geração atual o lugar favorito de aprendizado ainda é o Youtube.

Essa é a primeira geração da história que diz o meu lugar favorito de aprendizado é no Youtube, por quê? A resposta número 1 é porque tem o rewind para eu voltar o professor. Se eu perdi um pouquinho o raciocínio, eu volto e reescrevo. Então eu tenho a capacidade de rever aquela aula.

Transformação do ensino

Em pouco tempo, segundo Piangers, se vivenciará uma transformação na escola. “A gente está falando de uma transformação de trabalho e educação”, disse. Essa geração terá a vantagem de ter ambiente escolar transformado, aprende em ambiente imersivos digitais personalizados. Aliados à inteligência artificial fatalmente ocorrerá “impacto no mercado de trabalho, na vida dele profissional”.

Para o palestrante, o que se tem são quatros situações no processo de transformação. Duas delas são de baixa remuneração, os neologistas que são contra a tecnologia. “O pessoal que vai ajudar a máquina — a Tesla tentou fazer a fábrica mais automatizada e ela enfrentou problemas nesse processo, quebrou a cabeça porque os robôs não podem fazer tudo.”

Ele explicou que haviam algumas nuances de motricidade fina, nas quais precisava um ser humano, nesse caso o humano além de ser muito mal remunerado ele só ajudava a máquina. No caso o trabalhador se transforma em um ser humano melhor, pelo contrário, ele tem a biologia dele desgastada.

Competindo com o robô

Segundo Piangers Há pesquisas que mostram aqueles trabalhadores nos ambientes da Amazon ficam disputando com o robô. E muitas pessoas se acidentam, tem deterioradas as saúdes física e mental.

Piangers afirmou que em algumas pesquisas temos visto que isso é uma realidade. Nos últimos 100 anos as pessoas foram treinadas para ser robôs. Individulamente ser máquina e muito produtivo. “’Enquanto os outros dormem eu trabalho. Já ouviram isso? Você está pedindo para morrer. Você acha que você é um robô, uma máquina, você vai morrer.”

Uma pesquisa ampla de 17 anos, da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) revelou que “é quanto mais você trabalha, que mais horas você trabalha e mais chances tem de morrer. E quanto mais você trabalha diminui a sua produtividade”.

Sobre a máxima “enquanto os outros dormem, durma, durma que faz bem. E abrace os seus filhos de vez em quanto que faz bem. Converse, brinque com eles”. Outra dica é almoçar com a família, sem celular “conversando com sua esposa, às vezes faz bem também para salvar o seu casamento”.

“Ser humano é a melhor inteligência que já inventaram. Às vezes a gente fica fascinado com a inteligência artificial. Eu amo a inteligência orgânica, humana aquilo que nos diferencia da máquina.”

Há pessoas criando algorítimos, robôs na fábrica e no Youtube tem pessoas criando novas profissões utilizando tecnologia. Os youtubers estão usando ferramentas tecnológicas para serem felizes, realizados. Os influencers, ou um médico, um arquiteto viram uma pessoa no Instagram, que tem seguidores. E, ainda colocam produtos no mercado. Ele percebeu uma oportunidade no ambiente digital e usa tecnologia para o bem dele. “Para criar novos mercados novos pontos de contato com clientes”, frisou.

Combo do futuro

De acordo com Piangers, no futuro haverá os produtores de tecnologia e humanos que ajudam as máquinas com remuneração mais baixa deteriorando a sua saúde física e mental. Vai ter as pessoas que criam robôs. E outros usando a tecnologia para melhorar a sua qualidade de vida.

A tecnologia nos permitiu pela primeira vez o que se chama de zoom cause de morar num outro lugar, de trabalhar num lugar que é mais agradável. A Nissan lançou um carro que é para você trabalhar em qualquer lugar.

Níveis de trabalho remoto

Na visão de Piangers, são cinco os níveis de trabalho remoto. O primeiro nível é o trabalho remoto bagunçado. Todo mundo tentando apagar incêndio, um trabalho de manhã, outro de tarde, marca reunião meio-dia, vai preparar o almoço e o filho sobe na nossa cabeça.

O nível dois, que algumas empresas já adotam é a adaptação com algumas ferramentas digitais, onde há uma capacitação para os funcionários, fazendo com que sejam mais produtivos. No entanto o palestrante ressalta que “ainda somos mais produtivos no escritório, com encontro com outras pessoas, do que no home office”.

Já o nível três, seria a adaptação para que a produtividade fique maior quando a gente está distante. Ou seja, ficar mais produtivo quando está no digital. Existem ferramentas hoje que conseguem transformar times em times mais produtivos, que entregam mais resultados com ferramentas digitais.

Resultado 24h

Enquanto no nível quatro a produtividade é assíncrona, qualquer pessoa pode trabalhar no horário que é mais produtivo. O empresário contrata uma pessoa em Portugal, outra na Índia, na Austrália. Assim, a empresa nunca para de trabalhar. “Está 24h atendendo meus clientes e produzindo de alguma forma. Essa produtividade assíncrona já é possível hoje”, disse.

“Precisamos, às vezes, nesse processo de adaptação, respeitar os níveis um, dois e três para chegar no nível quatro e o cinco é o futuro, que a gente migra a inteligência artificial para resolver todos os problemas relacionados às coisas mais braçais, emissão de nota, cálculo de imposto, aquela coisa contábil”, apontou ele.

A inteligência artificial vai cuidar de tudo aquilo que é automatizável, mas a maioria do time fica focado em fazer o que os humanos fazem de melhor que é ser humano, inovar, ter criatividade, trabalhar em equipe, é colaborar, comunicar, se conectar com seu instinto, com sua inteligência emocional, o que realmente está sentindo e se reumanizar.

A reumanização

Há uma necessidade de uma reumanização no cenário que irá ser automatizado. “A gente vê muita ficção científica, O Exterminador do Futuro acabou com nossos sonhos. E se no passado a gente tinha a esperança de carros voadores, armas de raio laser, os últimos anos são de desencanto tecnológico.”

“Eu tenho a esperança que a gente consiga lidar com tecnologia, que a gente possa entender que a tecnologia, o robô, a automação tem papel fundamental na sociedade que é baratear os custos. Melhorar a conveniência. O alcance das pessoas. Diminuir desigualdades e a gente fazer o nosso trabalho da melhor forma possível, de uma forma humana”, estimou o palestrante.

No futuro, temos menos trabalho físico e manual, menos trabalho de baixa cognição, muito mais trabalho na área de tecnologia e para habilidade socioemocional.

Para ele, a geração anterior passou os últimos 20 anos treinando para ser robô, porque sua professora dizia chchchchch. “Você tira boas notas, mas o único problema é que é muito conversadeiro. Como se conversar fosse um negócio ruim.

Habilidades socioemocionais

Ele cobrou dos professores que se comunicassem e expusessem as capacidades de conversa de escuta. Também defende que essas capacidades chamadas de sociemocionais. Nesses últimos 20 anos, de acordo com Piangers, o sistema educacional industrial os preparou para não se destacar, para não ter coragem de falar em público, para não ter a capacidade de se comunicar, para não entender que comunicação é falar mas também poder ouvir.

Hoje em dia, muitas pessoas são demitidas por não terem trabalhado a inteligência emocional, ou não sabem trabalhar em equipe. “87% das demissões acontecem por motivos comportamentais. Você é contratado por uma questão técnica e demitido porque você não tem habilidades socioemocionais.”

Perguntaram para 2 mil CEOs das maiores empresas pelo mundo todo quais são as habilidade, hoje, mais difíceis de encontrar no mercado de trabalho.

Pesquisa da TWC 2017 mostrou: liderança, criatividade, inovação, saber resolver problemas, de se adaptar. Ciência, tecnologia, Engenharia, Matemática. “Ter esses conhecimentos técnicos é sim importante, mas é menos importante, menos difícil de achar do que gente que tem liderança. E liderança não é mandar nos outros.”

“Liderança é inspirar os outros. Tem gente que acha que é líder só porque é chefe. Às vezes você não é chefe, é empregado e você é mais líder do que muito chefe aí. Liderança é inspiração, conseguir levar uma equipe para um lugar, para uma ideia, para um futuro.”

Piangers ressalta que a criatividade e inovação é algo que a gente abafou por 20 anos na nossa vida e está em primeiro lugar nas habilidades mais necessárias para o futuro. “98% dos trabalhadores estão cansados, 63% não engajados no trabalho, 44% está esgotado durante a pandemia.”

Isso porque quando a programação é para estudante, o trabalhador ser robô, máquina, para ser engrenagem, quando a gente não dorme, quando a gente quer ser algorítimo a gente se deteriora física e mentalmente. “E o que a gente precisa de verdade é ser feliz no trabalho. É dormir, comer, abraçar os filhos, estar tranquilo e quando vai trabalhar, faz um trabalho humano, utilizando nossas forças vitais.”

Funcionários felizes

Antes de se preparar para o fim da palestra, quase por fim, Piangers contou o caso de um investidor dos Estados Unidos que só investe em empresa em que os funcionários são felizes. Ele criou um índice de felicidade, faz pesquisa anualmente, nessas empresas. As empresas mais felizes são muito mais lucrativas do que a média das empresas, foi a conclusão do empresário.

Por fim, ele disse que um professor de Israel, propôs um teste para os alunos. Deu uma folha em branco com um triangulo bem no meio. E o enunciado era complete corretamente o desenho. Estava em jogo um ponto a mais na média.

“100% dos alunos desenharam uma casinha. Quando vale ponto, tem resposta certa, você faz o básico. Você entrega de qualquer jeito. Gastando poucas cores. Vai lá e faz, garante, beleza. Um ou outro fez um desenho, mas a esmagadora olhou para o lado e vamos entregar o básico. Vocês acham que isso é inovar? Isso é ser criativo? Usar nossas forças vitais humanas?  “, questionou o youtuber.

O mesmo professor aplicou o mesmo teste em outras crianças. Complete o desenho. Era um triângulo. Nenhuma criança desenhou uma casinha. “O nosso ímpeto é um ímpeto de realização. A nossa força vital humana. É uma força vital de inovação. Por si só, de criar alguma coisa nova de mostrar o nosso trabalho. Olha o que eu fiz, não copiei de ninguém. E o mais bonito.”

A segunda turma de alunos usavam mais tempo pare resolver o problema. E usavam mais cores. Se esforçavam para entregar um trabalho mais bonito.

“É isso o que você é. Você não é máquina, você é pessoa, ser humano cheio de criatividade, ímpeto de realização, e quando você ouvir da próxima vez que você é conversador essa é a minha vantagem. Quando ouvir da próxima vez não inventa moda. Eu invento moda, tenho orgulho disso e é por isso que eu vim para o mundo”, concluiu Piangers, prendendo a atenção da plateia até a última palavra de agradecimento. E ainda arrematou que se tivesse mais uma hora continuaria a falar, sob aplausos.

Mais lidas

Ayres confirma presença no XXXV CVACO em B...
Últimos dias para cursos gratuitos de Enfe...
Daqui a pouco: Sesc + W3 faz festa de aniv...
...