Coronavírus: A polêmica é a cura será pior que a doença? nº 1

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A cura será pior que a doença. O que você acha?

Favoravelmente ao que pensa o presidente Jair Bolsonaro no texto, abaixo, o articulista do New York Times, Thomas Friedman tem quem o defenda.

Na visão de Friedman os gestores têm que tomar “decisões enormes de vida ou
morte, enquanto atravessam uma neblina com informação imperfeita e
todo mundo no banco de trás gritando com eles. Eles estão fazendo o
melhor que podem.”

Mas observando pela ótica econômica, o desemprego cresce e ele continua, “alguns especialistas estão começando a questionar: ‘Espera um
minuto! O que estamos fazendo com nós mesmos? Com nossa
economia? Com a próxima geração? Será que essa cura — mesmo que
por um período curto — será pior que a doença?’”

Confira esse texto tendendo a favor do que Bolsonaro disse nesta manhã de quarta-feira (25).

 

“Artigo no New York Times mostra
que Bolsonaro pode estar certo sobre o Coronavírus

Médicos ouvidos por jornalista defendem
isolamento apenas de idosos, pessoas com doenças
crônicas e com baixa imunidade — e tratar o
restante da sociedade como se lida com a gripe.

Geraldo Samor e Pedro Arbex

Thomas Friedman, um dos colunistas mais influentes do mundo, ouviu
três médicos e escreveu o artigo mais contundente até agora sobre o
risco do lockdown global se estender por muito tempo.

No texto, publicado hoje à tarde no
The New York Times, Friedman nota
que os políticos estão tendo que tomar “decisões enormes de vida ou
morte, enquanto atravessam uma neblina com informação imperfeita e
todo mundo no banco de trás gritando com eles. Eles estão fazendo o
melhor que podem.”

Mas com o desemprego se alastrando pelo mundo tão rápido quanto o
vírus, “alguns especialistas estão começando a questionar: ‘Espera um
minuto! O que estamos fazendo com nós mesmos? Com nossa
economia? Com a próxima geração? Será que essa cura — mesmo que
por um período curto — será pior que a doença?’

Friedman diz que as lideranças políticas estão ouvindo o conselho de
epidemiologistas sérios e especialistas em saúde pública. Ainda assim,
ele diz que o mundo tem que ter cuidado com o “pensamento de grupo”
e que até “pequenas escolhas erradas podem ter grandes
consequências”.

Presidente Jair Bolsonaro com o ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta/Poder360
Para ele, a questão é como podemos ser mais cirúrgicos na resposta ao
vírus de forma a manter a letalidade baixa e ao mesmo tempo permitir
que as pessoas voltem ao trabalho o mais cedo possível e com
segurança.

Friedman diz que “se a minha caixa de email for alguma indicação, uma
reação mais inteligente está começando a brotar.”

Ele cita um artigo publicado semana passada pelo Dr. John P. A.
Ioannidis, um epidemiologista e co-diretor do Centro de Inovação em
Meta-Pesta-Pesquisa de Stanford. No artigo, Ioannidis diz que a
comunidade científica ainda não sabe exatamente qual é a taxa de
mortalidade do coronavírus. Segundo ele, “as evidências disponíveis hoje
indicam que a letalidade pode ser de 1% ou ainda menor.”

“Se essa for a taxa verdadeira, paralisar o mundo todo com implicações
financeiras e sociais potencialmente tremendas pode ser totalmente
irracional. É como um elefante sendo atacado por um gato doméstico.
Frustrado e tentando fugir do gato, o elefante acidentalmente pula do
penhasco e morre.”

Temor do vírus mudou a rotina em todo o mundo, principalmente na Europa
Friedman também cita o Dr. Steven Woolf, diretor emérito do Centro
Sobre a Sociedade e Saúde da Universidade da Virgínia, para quem o
lockdown “pode ser necessário para conter a transmissão comunitária,
mas pode prejudicar a saúde de outras formas, custando vidas”.

“Imagine um paciente com dor no peito ou sofrendo um derrame —
casos em que a rapidez de resposta é essencial para salvar vidas —
hesitando em chamar o serviço de emergência por medo de pegar
coronavírus. Ou um paciente de câncer tendo que adiar sua
quimioterapia porque a clínica está fechada”.

Friedman complementa: “Imagine o estresse e a doença mental que virá
— já está vindo — de termos fechado a economia, gerando desemprego
em massa”.

Woolf, o médico da Virgínia, afirma no artigo que a renda é uma das
variáveis mais fortes a afetar a saúde e a longevidade. “Os pobres, que já
sofrem há gerações com taxas de mortalidade mais altas, serão os mais
prejudicados e provavelmente os que receberão menos ajuda. São as
camareiras dos hotéis fechados e as famílias sem opções quando o
transporte público fecha.”

Thomas Friedman, um dos colunistas mais influentes do mundo
Há outro caminho?, pergunta Friedman.

Para ele, a melhor ideia até agora veio do Dr. David Katz, diretor do
Centro de Prevenção e Pesquisa da Universidade de Yale e um
especialista em saúde pública e medicina preventiva.

Num artigo publicado sexta-feira no The New York Times, o Dr. Katz diz
que há três objetivos neste momento: salvar tantas vidas quanto
possível, garantindo que o sistema de saúde não entre em colapso, “mas
também garantir que no processo de atingir os dois primeiros objetivos
não destruamos nossa economia e, como resultado disso, ainda mais
vidas.”

Como fazer isso?

Katz diz que o mundo tem que pivotar da estratégia de “interdição
horizontal” que estamos empregando agora — restringindo o movimento
e o comércio de toda a população, sem considerar a variância no risco de
infecção severa — para uma estratégia mais “cirúrgica”, ou de “interdição
vertical”.

“A abordagem cirúrgica e vertical focaria em proteger e isolar os que
correm maior risco de morrer ou sofrer danos de longo prazo — isto é, os
idosos, pessoas com doenças crônicas e com baixa imunidade — e tratar
o resto da sociedade basicamente da mesma forma que sempre lidamos com ameaças mais familiares como a gripe.

Katz sugere que o isolamento atual dure duas semanas, em vez de um
período indefinido. Para os infectados, os sintomas aparecerão nesse
período. “Aqueles que tiverem uma infecção sintomática devem se autoisolar em seguida, com ou sem testes, que é exatamente o que fazemos
com a gripe. Quem não estiver sintomático e fizer parte da população de
baixo risco deveria voltar ao trabalho ou a escola depois daquelas duas
semanas.”

“O efeito rejuvenescedor na alma humana e na economia — de saber que
existe luz no fim do túnel — é difícil de superestimar. O risco não será
zero, mas o risco de acontecer algo ruim com qualquer um de nós em
qualquer dia da nossa vida nunca é zero.”

Fonte: Brazil Journal

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