Aéreas faturaram R$ 1,02 bilhão com taxas das bagagens e de assentos

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A cantilena falaciosa de que, com a cobrança das bagagens por companhias aéreas, ocorreria redução dos preços das passagens foi desnudada. Os preços não desceram das alturas.

As companhias aéreas nacionais arrecadaram, em 2018, R$ 1,02 bilhão com as cobranças de malas e marcação de assento. A Gol foi a campeã no ranking das robustas arrecadações.

O valor é 74,4% maior do que o registrado em 2017 (R$ 585 milhões), quando teve início a cobrança para bagagem despachada.

Em relação a 2016, quando as aéreas eram obrigadas a transportar gratuitamente uma mala por passageiro, o faturamento das aéreas com bagagem e assentos subiu 188,4% (haviam ganho R$ 353,7 milhões naquele ano).

O valor referente às bagagens inclui desde a taxa para o despacho de uma mala até excesso de peso e taxas para bagagens especiais.

A marcação de assento inclui as taxas para escolha antecipada de lugar e reserva para assentos conforto e premium, que contam com mais espaço para o passageiro.

Todas as companhias aéreas cobram R$ 60 para o despacho de uma mala de até 23 kg em voos nacionais para pagamentos antecipados.

A Câmara e o Senado aprovaram no mês passado um projeto que volta com a obrigatoriedade do despacho gratuito de bagagem. O presidente Jair Bolsonaro tem até a próxima segunda-feira (17) para vetar ou sancionar a medida.

Confira os números de 2018:

Gol

Bagagem: R$ 252,8 milhões

Marcação de assentos: R$ 105,1 milhões

Total: R$ 357,9 milhões

Azul

Bagagem: R$ 178,2 milhões

Marcação de assentos: R$ 116,5 milhões

Total: R$ 294,7 milhões

Latam

Bagagem: R$ 233,2 milhões

Marcação de assentos: R$ 39,4 milhões

Total: R$ 272,6 milhões

Avianca

Bagagem: R$ 90,7 milhões

Marcação de assentos: R$ 5,4 milhões

Total: R$ 96,1 milhões.

Em todo o mundo, as companhias aéreas arrecadaram US$ 28,1 bilhões em 2018 com cobrança de taxas sobre malas. O estudo da consultoria IdeaWorksCompany, em parceria com a CarTrawler, avaliou o balanço financeiro de 175 empresas.

Segundo o estudo, as taxas de bagagem representam 30,25% de todas as receitas auxiliares das companhias aéreas, que incluem multas para remarcação de voo, cancelamento, venda de refeições a bordo, marcação de assento, entre outros itens.

No ano passado, essas receitas chegaram a um total de US$ 92,9 bilhões.

A cobrança de malas entrou em vigor no Brasil em junho de 2017 com a promessa de redução no preço das passagens.

No ano passado, no entanto, a tarifa média no Brasil teve aumento de 1%, segundo a Agencia Nacional da Aviação Civil (Anac). O aumento da arrecadação das companhias aéreas com as taxas amenizou o prejuízo registrado no ano passado. No total das quatro empresas, o setor teve prejuízo acumulado de R$ 1,9 bilhão.

A Azul foi a única com lucro (R$ 170,2 milhões), enquanto a Gol foi a que teve o maior prejuízo (R$ 1,1 bilhão).

A Latam registrou perdas de R$ 442,8 milhões e a Avianca, que enfrenta processo de recuperação judicial e teve suas operações suspensas.

A Associação Brasileira das Empresas Aéreas (Abear) afirmou que o setor enfrenta um cenário de desaquecimento econômico, alta e instabilidade do câmbio e encarecimento geral dos custos, com destaque para o petróleo.

Segundo a associação, é necessário um prazo maior para avaliar o efeito da cobrança de bagagem no preço das passagens.

“A necessidade de tempo e de uma base robusta de dados para que se possam avaliar os efeitos da medida, de forma independente de todas as principais variáveis que afetam o mercado, baseia as recomendações dos principais especialistas provocados, com destaque para TCU, Cade e Anac”, afirmou.

Com informações do UOL

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