DF possui um dos centros de referência no acompanhamento de Down, criado em 2013, no Hran
Por Guilherme Pereira
Neste domingo, dia 21 de março, é comemorado o Dia Internacional da Síndrome de Down, uma alteração genética ocorrida ainda na fase de formação fetal, que pode resultar em comprometimento intelectual e motor além de algumas características peculiares aos pacientes da doença, como olhos oblíquos e rosto arredondado.
A data faz alusão à síndrome que é causada quando há uma divisão celular anormal que resulta em material genético extra, ou seja, em um terceiro alelo do cromossomo 21. Na estrutura da Secretaria de Saúde, a pessoa com síndrome de Down é assistida primeiramente na Atenção Primária. Após o acolhimento e acompanhamento realizado na Unidade Básica de Saúde (UBS), o quadro do paciente é avaliado pela equipe e, se necessário, ele será encaminhado para a atenção secundária, onde recebe atendimento em reabilitação, nos Ambulatórios de Saúde Funcional e os Centro Especializado em Reabilitação (CER).
A rede de Cuidado da Pessoa com Deficiência do DF também conta com o Centro de Referência Interdisciplinar em Síndrome de Down (CrisDown), que assiste bebês, crianças, adolescentes, adultos e idosos, e faz o acompanhamento dos casos de maior complexidade.
21 de março: Dia internacional da síndrome de down – Foto: Breno Esaki / Agência Saúde
A Referência Técnica Distrital (RTD) de Terapia Ocupacional, Angela Sacramento, explica o processo de reabilitação se estrutura na metodologia de atendimento e acompanhamento desta população nas demandas e necessidades funcionais, cognitivas e sociais. “Trabalhamos com uma perspectiva de estimular o desenvolvimento do paciente de Down, proporcionando a estimulação do domínio cognitivo das crianças, dos aspectos motores, da linguagem e da socialização do paciente, aproveitando as janelas de oportunidades de desenvolvimento presentes em cada fase da infância e juventude”, esclarece.
CrisDown no Hran
O CrisDown foi criado em março de 2013, no Hran. Os atendimentos no centro contam com equipes interdisciplinares compostas por terapeuta ocupacionais, fonoaudiólogos e fisioterapeutas. Em um cenário anterior à pandemia do novo coronavírus, cerca de 400 atendimentos eram realizados por semana.
Atualmente, os atendimentos grupais dos ambulatórios de saúde funcional estão suspensos e os atendimentos presenciais estão restritos aos casos mais críticos. Os profissionais de saúde realizam um acompanhamento semanal aos pacientes por telefone, para evitar desassistência.
O CrisDown também atende mulheres com diagnóstico da trissomia do cromossomo 21 durante a gestação.
Expectativa de Vida
Ao longo dos anos, alguns avanços tecnológicos e terapêuticos têm possibilitado o aumento da expectativa de vida de pessoas com síndrome de Down, o que direciona novas estratégias e serviços voltados à melhoria das condições de vida desta população, como explica a terapeuta ocupacional, Deidmaia Lima Silva. “Essas estratégias são traçadas levando-se em conta a necessidade de estimular cognição, percepção, linguagem, autonomia, independência nas atividades de vida diária e instrumentais do cotidiano, bem como a socialização. Fator esse observado com declínio importante, devido uma baixa diversidade de contextos sociais do adulto com SD e a sua dependência em relação a seus pais”.
Embora seja uma referência no acompanhamento à síndrome, o CrisDown do Hran não é a única unidade de atendimento aos pacientes com Down na rede de cuidado da pessoa com deficiência. É possível obter atendimento nos CERs de Taguatinga, do Hospital de Apoio, da Asa Norte (CEAL) e no Ambulatório de Saúde Funcional.
21 de março: Dia internacional da síndrome de down – Foto: Breno Esaki / Agência Saúde
Em relação aos ambulatórios de saúde funcional que apresentam reabilitação infantil para pessoas com Síndrome de Down são: Ambulatório de Saúde Funcional de Ceilândia, de Samambaia, de Sobradinho e do Paranoá. (Agência Brasília)